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Rui Bento de saída da Uber. Empresa procura novo ‘boss’ para o Uber Eats

“Não tinha ideia de onde me estava a meter. Não tenho ideia de onde me estou a meter agora”, confessa o gestor português Rui Bento, no texto onde anuncia a saída da empresa.
  • Cristina Bernardo
18 Fevereiro 2019, 10h25

O responsável pela entrada da Uber em Portugal está de saída da empresa, quase quatro anos e meio depois de ter lançado o projeto no país. Rui Bento, que desde agosto liderava o negócio de venda de refeições ao domicílio, abandona esta segunda-feira a multinacional para seguir o seu “próprio caminho”, lançar-se no “desconhecido” e continuar a tentar “resolver problemas”.

Ao Jornal Económico, fonte oficial da empresa de transporte de passageiros adiantou que, como Rui Bento era o responsável da Uber Eats para o Sul da Europa, terá de abrir uma vaga num processo de recrutamento interno e externo.

No texto em que anunciou a saída, Rui Bento lembra a sua chegada à plataforma de transporte de passageiros – na altura, ainda uma startup e sem presença em Portugal – e faz o balanço dos seus 1.592 dias lá. “Não tinha ideia de onde me estava a meter. Não tenho ideia de onde me estou a meter agora”, confessa o empresário, numa publicação num blog.

O até então general manager começa por contar o início do seu relacionamento com a Uber, que surgiu quando ainda estava a morar em Londres. Nas noites de domingo, ao aterrar depois das numerosas viagens de trabalho, a Uber estava lá para o amparar. Não lhe fazia chá mas salvava-o de rotas “tortuosas” até casa quando os autocarros escasseavam, não havia comboios e os táxis começavam a pesar na conta bancária.

Mais tarde, no verão de 2014, fizeram-lhe uma proposta aliciante (e, de certa forma acéfala, como refere): será que estaria interessado em lançar a Uber em Lisboa? Nesse ano, apesar de o engenheiro informático já ter desistido da ideia de regressar ao país que o viu nascer, o trabalho na Apple não lhe causava ‘borboletas na barriga’, porque, apesar de ser uma empresa “cujos produtos adorava e ainda adora”, sentiu “que era um em muitos milhares de funcionários, a lutar para marcar a diferença”.

Abraçou o desafio, fez as malas e assistiu ao crescimento da aplicação e do negócio, aos obstáculos dos taxistas, ao escrutínio público e ao debate político com a chegada deste tipo de alternativas de mobilidade urbana. “Não havia dois dias iguais, pois rapidamente me habituei aos estúdios de televisão, aos corredores do parlamento, e paguei a minha primeira visita a um tribunal”, conta.

Agora, prepara novamente a bagagem para o desconhecido: “A minha compulsão por definir um problema e fazer parte de uma solução que pode tornar o mundo um lugar um pouco melhor para alguém continua a mesma (…). Até certo ponto, não parece uma mudança, parece continuidade”.

https://jornaleconomico.pt/noticias/destino-da-uber-eats-esta-nas-maos-de-um-portugues-2-357436

 

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