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Rui Rio sobre Novo Banco: “Parece que isto pode ser ainda pior do que se imagina”

Líder do PSD sublinha que tem questionado “insistentemente” os negócios do Novo Banco e que “sempre disse que o Governo nunca devia ter pago sem aferir a seriedade das faturas”.
  • JOSE COELHO/LUSA
28 Julho 2020, 12h45

O presidente do PSD, Rui Rio, manifestou-se esta terça-feira sobre a notícia da venda de 13 mil imóveis pelo Novo Banco, avançada pelo jornal Público, defendendo que “o Governo nunca devia ter pago sem aferir a seriedade das faturas” e que “parece que isto pode ser ainda pior do que se imagina”.

“Excelente trabalho jornalístico. Tenho vindo a questionar insistentemente os negócios deste Banco Bom, e sempre disse que o Governo nunca devia ter pago sem aferir a seriedade das faturas. Parece que isto pode ser ainda pior do que se imagina. Tem a palavra o Ministério Público”, escreveu o líder social-democrata, numa publicação no Twitter.

O “Público” noticiou que um fundo das ilhas Caimão comprou imóveis do Novo Banco com crédito do mesmo. Segundo o matutino, o banco vendeu, em 2018, uma carteira de ativos imobiliários — 5.552 imóveis e 8.719 frações — a cinco sociedades imobiliárias portuguesas por 364 milhões de euros, abaixo do valor contabilístico de 631 milhões de euros, tendo o Fundo de Resolução colmatado parte das perdas com a operação, com uma injeção de 260 milhões de euros.

O Novo Banco reagiu à notícia, garantindo que a venda da carteira de imóveis em 2018, denominada projeto Viriato não implicou custos para o Fundo de Resolução porque a maioria dos ativos não estavam cobertos pelo mecanismo de capitalização contingente (CCA). Em comunicado, a instituição financeira liderada por António Ramalho, garante que “esta operação não teve qualquer custo direto para o Fundo de Resolução porque a generalidade dos imóveis não estão cobertos pelo mecanismo de proteção de capital. Refira-se mesmo que para a totalidade dos imóveis protegidos até dezembro de 2019, o banco tinha obtido para o Fundo de Resolução uma mais valia de dez milhões de euros que reduzia às perdas noutros créditos”.

No debate do Estado da Nação, Rui Rio já tinha criticado a gestão do Novo Banco, nomeadamente sobre a venda de um lote de imóveis ao fundo de investimento Cerberus. Em causa está a venda de um conjunto de cerca de 200 propriedades ao fundo que tem ligações ao ex-chairman e atual presidente do conselho geral de supervisão do banco, Byron Haynes. Em entrevista ao JE, publicada na semana passada, Byron Haynes garantiu que não tem ligações com o Cerberus desde que saiu do banco austríaco, BAWAG PSK, que tem como maior acionista este fundo.

Depois disso o primeiro-ministro, António Costa, enviou uma carta a solicitar a intervenção do Ministério Público com vista a travar a venda de ativos até que seja conhecida a auditoria da Deloitte a negócios do banco, noticiou o “Expresso”. A Procuradoria-Geral da República já confirmou que está a analisar o pedido.

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