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Rupia da Índia marca mínimo histórico, banco central pressionado para intervir

O Reserve Bank of Índia está a ser pressionado para intervir, e um dos pontos de pressão é o preço do petróleo, que rapidamente se torna uma questão problemática para a classe média. A Índia importa cerca de 80% de suas necessidades de petróleo, diz a Bloomberg.
10 Setembro 2018, 13h58

A rupia indiana tem deslizado contra o dólar norte-americano nos últimos dias, com os mercados emergentes sob pressão. Isso faz da moeda uma das que tem piores desempenhos da Ásia, perdendo 12% este ano, diz a Bloomberg. A divisa indiana está a desvalorizar 0,48% para os 0,01381 dólares.

A Bloomberg realça a baixa probabilidade de intervenção do banco central para segurar a moeda. A intervenção do banco central tem um histórico fraco, diz a agência de notícias. Os últimos movimentos da rupia provocaram um debate na Índia. A política declarada do banco central indiano é reduzir a volatilidade, em vez de visar um nível específico para a moeda, explica um analista da Bloomberg.

Mas o Reserve Bank of Índia está a ser pressionado para intervir, e um dos pontos de pressão é o preço do petróleo, que rapidamente se torna uma questão problemática para a classe média. A Índia importa cerca de 80% de suas necessidades de petróleo, um fator apenas complicado pelos impostos domésticos exorbitantes sobre o combustível – quase 100% da gasolina e 60% a 70% do diesel. Isso significa que, quando a rupia se deprecia, a taxa de câmbio afecta os preços dos combustíveis e, como resultado, o resto da economia.

O país registou o maior défice externo dos últimos cinco anos (15,8 mil milhões de dólares), o que levanta preocupações com os défices comerciais e orçamentais assim como com a subida da inflação e a crescente dependência de credores externos.

 O RBI tem vários instrumentos que pode usar para suportar a moeda. O mais óbvio é intervir nos mercados de câmbio vendendo dólares: o banco central tem mais de 400 mil milhões de dólares em reservas à sua disposição. Alternativamente, pode aumentar as taxas de juros, um movimento justificado pela fraqueza da moeda, pelos preços mais altos do petróleo e pelos últimos dados de inflação acima da meta. Terceiro, pode levantar dólares tomando emprestado de índios não residentes.

Já no final da semana passada,  Aitor Méndez Riesgo, da IG Group, alertava para o facto de as rupia da Índia e da Indonésia marcarem mínimos históricos,  afetados pelas crises financeiras na Argentina e na Turquia, que estão a começar a arrastar outros mercados emergentes para a desvalorização das suas moedas.

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