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Rússia manterá domínio do mercado europeu de gás além de 2022, prevê CyC

A dependência de alguns países europeus das importações de gás russo levanta preocupações sobre a segurança energética, alerta a Crédito Y Caución (CyC).
11 Julho 2018, 07h20

“As exportações de gás da Rússia para a Europa não param de crescer e a Rússia está a fortalecer  o seu controlo sobre o mercado europeu de gás”, alerta o mais recente relatório da seguradora de crédito, Crédito y Caución, centrado na análise à evolução do gás na Europa da OCDE, região definida pela Agência Internacional de Energia da qual fazem parte os países da União Europeia, Islândia, Noruega, Suíça e Israel.

Entendendo que “as alternativas são limitadas”, a CyC adianta, em comunicado, não esperar que a Rússia perca a sua posição dominante no mercado europeu, e lembra as “preocupações com a segurança energética geradas pela crescente dependência das importações russas”. Importa recordar que, em 2016, as importações provenientes da Rússia cobriram 36% do consumo de gás na União Europeia, um valor que compara com os 24% registados em 2010. “A percentagem é superior a 80% em alguns países europeus, como os Estados Bálticos, a Finlândia, Eslováquia, República Checa e Bulgária”, é ainda frisado no relatório.

Ao caracterizar o mercado europeu do gás, os analistas sublinham o aumento do consumo desde 2014, impulsionado pela recuperação económica continuada e pela utilização adicional de gás no setor da produção de eletricidade, num contexto de queda da produção nos Países Baixos e no Reino Unido que não conseguiu compensar a recuperação na Noruega. De acordo com as previsões do relatório, a crescente diferença entre consumo e produção na OCDE aumentará as necessidades de importação dos 200 mil milhões de metros cúbicos (MMm3) de 2016 para cerca de 290 MMm3 em 2022.

Neste contexto, a Rússia, a maior produtora de gás da Europa, assume-se como “uma candidata natural para atender às crescentes necessidades dos países europeus”. Em 2017, forneceu 192 MMm3  de gás para a Europa, face aos 159 MMm3 em 2015, e possui capacidade de produção adicional de aproximadamente 150 MMm3 para responder à procura dos próximos anos.

Importa ainda reter o facto de a Rússia fornecer gás “relativamente barato” através de uma rede de gasodutos para os países europeus e estar a desenvolver instalações de gás natural liquefeito.

Para os analistas, a única alternativa a médio prazo para o gás russo é o corredor que ligará a Europa aos campos de gás no Mar Cáspio, que poderão estar disponíveis a partir de 2020. A sua capacidade inicial representará apenas 10 MMm3.

Outra alternativa, acrescenta, é a importação de gás natural liquefeito, que permite o transporte por navio, dos principais produtores mundiais, como os EUA, Austrália e Qatar. Com capacidade para regaseificar cerca de 230 MMm3 por ano, com uma taxa de utilização atual de 20%, a Europa está bem posicionada para importar mais gás natural liquefeito. No entanto, o relatório aponta que o gás natural liquefeito é mais caro que o de gasoduto.

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