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Ryanair acusa TAP de “açambarcar” slots no aeroporto da Portela e diz que companhia é um “zombie ineficiente”

A Ryanair nota que o bloqueio dos ‘slots’ é uma medida anticompetitiva da parte da TAP, que impediu a companhia aérea de obter espaços suficientes para continuar um crescimento sustentável. “O plano da TAP em cortar a sua frota em 20% significa que simplesmente não pode usar todas as ‘slots’ que possui”, refere a empresa.
15 Outubro 2021, 16h11

A maior companhia aérea europeia está a atacar a TAP depois da companhia aérea irlandesa ter sido forçada a cancelar 700 voos e três rotas a partir de Lisboa durante o inverno. Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a empresa de Michael O’Leary acusa a companhia aérea portuguesa, liderada por Christine Ourmières-Widener, de “açambarcar os slots [espaços] de descolagem e aterragem no aeroporto da Portela”, notando que a TAP não utiliza esses mesmos slots que ocupa.

A Ryanair nota que o bloqueio dos slots é uma medida anticompetitiva da parte da TAP, que impediu a companhia aérea de obter espaços suficientes para continuar um crescimento sustentável. “O plano da TAP em cortar a sua frota em 20% significa que simplesmente não pode usar todas as slots que possui”, lê-se no comunicado.

A companhia aérea irlandesa vai ainda mais longe no ataque à empresa portuguesa. “Os voos cancelados vão prejudicar a conectividade de Lisboa e uma recuperação pós-Covid”. “O Governo português e a Comissão Europeia têm de intervir agora para acabar com a prática anticompetitiva da TAP de bloqueio das slots, libertando a capacidade não utilizada da Portela e abrir o aeroporto do Montijo para permitir que as ligações aéreas cresçam”.

“Lamentamos profundamente estas interrupções desnecessárias para os passageiros destes voos e rotas cancelados, causados pelo bloqueio da TAP de slots que não está a usar. Este bloqueio anticompetitivo de slots impede o crescimento das companhias aéreas e a recuperação do tráfego, do turismo e do emprego no aeroporto da Portelo, em detrimento dos consumidores portugueses”, escreve O’Leary em comunicado.

A Ryanair demonstra ser “essencial” que a infraestrutura nacional seja utilizada para apoiar a economia local mas que “não seja abusada para proteger uma companhia aérea zombie ineficiente, com a qual o Governo já gastou três mil milhões de euros do dinheiro dos contribuintes”.

Michael O’Leary denota que “continua empenhada em trabalhar com o nosso parceiro no aeroporto de Lisboa, para apoiar a recuperação do turismo em Portugal e reconstruir a conetividade após a pandemia”. O CEO da Ryanair pede também a “abertura urgente” do Montijo.

A empresa adiantou que vai manter um investimento de 700 milhões de dólares (603 milhões de euros) em aeronaves e uma equipa sediada em Lisboa no inverno para garantir que está pronta para restabelecer todos os voos caso sejam libertados slots suficientes para conseguir assegurar atividade. “A Ryanair vai continuar a trazer milhões de novos habitantes de e para Portugal, investindo no turismo e fazendo com que as viagens regressem ao normal, com maior escolha e tarifas mais baixas”, aponta O’Leary.

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