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Ryanair deve clarificar novos custos da bagagem de mão, alerta Deco

A Ryanair vai passar a cobrar até 10 euros pela bagagem de mão. A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor diz que medida não é ilegal. Mas alerta: “há questões por esclarecer, entre elas se o valor se aplica a quem já tem bilhete comprado”.
  • Cristina Bernardo
29 Agosto 2018, 18h14

A Ryanair anunciou, na semana passada, que vai acabar com transporte gratuito de bagagem de mão. A culpa, diz a companhia low cost, é dos atrasos gerados pelo excesso de bagagem de mão. O serviço deverá custar entre seis e dez euros, a partir de novembro, pela bagagem de mão até 10 quilos.

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) considera que a medida “não é ilegal”, mas alerta que a forma como a decisão será implementada “levanta dúvidas”. Segundo a Deco, o novo encargo não deve ser cobrado a quem já tem bilhete comprado, pois, quando o consumidor adquiriu o bilhete, esse custo não estava em vigor.

“A medida não é ilegal. Mas não beneficia os consumidores e contraria uma prática comum do setor, pois, regra geral, os passageiros transportam bagagem, seja ela de cabine ou de porão”, defende a Deco/Proteste, acrescentando que no site português da Ryanair, a associação não encontrou, até agora, informações sobre a nova decisão, que foi divulgada apenas pelos media.

“Os termos e condições não fazem referência ao assunto, mantendo apenas as alterações que remontam a janeiro, quando a transportadora aérea aplicou regras para limitar o transporte gratuito de duas bagagens de mão”, alerta, frisando que a forma como a decisão será implementada levanta dúvidas.

“A medida será aplicada a partir de novembro a todos os voos, ou somente a quem comprar bilhete após essa data?”, questiona a Deco, considerando que o novo encargo não deve ser cobrado a quem já tem bilhete comprado, pois, quando o consumidor adquiriu o bilhete, esse custo não estava em vigor.

A Deco/Proteste entende ainda que a medida deve ser comunicada a cada passageiro com antecedência, aquando da reserva do bilhete, e constar do contrato de transporte. “Consideramos que a implementação dos novos custos levanta preocupações e que a Ryanair deve clarificar, com a maior brevidade possível, como a medida será aplicada. Vamos continuar a acompanhar a situação”, realça a Deco, aconselhando os consumidores em caso de dúvidas sobre os seus direitos a contactar o seu serviço de informação.  Ou, em caso de conflito, a expor a situação na plataforma Queixas dos Transportes.

A partir de novembro, quem viajar pela Ryanair vai ter de pagar entre seis euros e 10 euros pela bagagem de mão até 10 quilos. Um passageiro que quiser levar uma mala de tamanho médio, até dez quilos, terá que pagar: entre seis e oito euros para levá-la a bordo, num armário, ou entre oito e dez euros para a transportar no porão do avião. Quem não quiser pagar nada, apenas poderá levar uma mala pessoal pequena, que tem de colocar por baixo do banco do passageiro da frente.

A companhia aérea disse que esta mudança se deve aos muitos atrasos com origem no excesso de bagagens de mão a bordo. A Ryanair informou que não espera obter mais receita com esta medida, já que a verificação de uma mala de dez quilos no novo sistema é significativamente mais barata do que o custo actual de lhe fazer check-in. A companhia revelou ainda que vai aumentar o tamanho permitido para todo o tipo de bagagem.

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