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Ryanair pode eliminar até 3 mil empregos em dois anos por quebra na procura

A Ryanair, companhia aérea irlandesa de voos económicos, anunciou hoje que poderá eliminar até três mil empregos de pilotos e pessoal de cabine dentro dos próximos dois anos devido à quebra na procura provocada pela pandemia da covid-19.
1 Maio 2020, 12h16

Durante esse período, este plano de reestruturação também pode forçar a empresa a realizar despedimentos temporários, reduzir salários em cerca de 20% e fechar “várias bases na Europa”, revelou a empresa em comunicado.

A companhia informou ainda que “mais de 99%” da sua frota vai permanecer em terra até “pelo menos” ao mês de julho, estimando que o tráfego de passageiro não voltará aos níveis de 2019 “até ao verão de 2022, no mínimo”.

A Ryanair indicou que, neste contexto, vai operar em menos de 1% do seu horário de voo entre abril e junho, o que significa transportar cerca de 20 milhões de passageiros, em comparação com os 44,6 milhões inicialmente previstos para o trimestre de julho/agosto/setembro.

O diretor-executivo da companhia, Michael O’ Leary, já cortou em 50% o seu salário de abril e maio, numa redução que vai vigorar até ao fim deste ano fiscal, que termina a 31 de março de 2021.

Relativamente a este ano fiscal, a companhia acredita que o seu tráfego de passageiros não vai exceder os 100 milhões, apesar de o objetivo fixado de 154 milhões antes de ser declarada a crise da covid-19.

Quanto a resultados económicos, a Ryanair indicou que vai sofrer perdas líquidas de mais de 100 milhões de euros entre abril e maio, às quais “mais perdas” deverão ser acrescentadas nos três meses seguintes.

A principal companhia aérea europeia do setor de baixo custo referiu hoje que é “obrigada a competir” em condições desiguais com antigas empresas de bandeira nacional que receberam “30 mil milhões de euros de apoio estatal” para se manterem durante o período a crise de coronavírus.

O’Leary pediu ajuda às autoridades de concorrência da União Europeia, alertando que levará aos tribunais europeus os países que decidam resgatar ex-companhias aéreas públicas.

O diretor executivo observou que França e a Holanda preparam um pacote de ajuda para reavivar a Air France – KLM, ao passo que a Lufthansa manteve contactos com a Alemanha e outros países para planear medidas de socorro, enquanto a Itália planeia tomar as rédeas da Alitária.

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