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Ryanair reduz perspetivas de tráfego e teme segunda vaga de Covid-19

A companhia aérea registou prejuízos de 185 milhões de euros nos três meses até 30 de junho, quando reduziu 99% de sua capacidade perante o lockdown económico decretado na Europa para travar a pandemia de Covid-19. Esta foi a sua primeira perda nos resultados trimestrais, mas ainda assim inferior aos prejuízos de 232 milhões de euros previstos pelos analistas que acompanham a empresa, refere a Reuters.
27 Julho 2020, 11h30

A Ryanair cortou um quarto da sua meta anual de passageiros, nesta segunda-feira, quando apresentou os resultados, e alertou que uma segunda vaga de infeções por Covid-19 poderá diminuir ainda mais a sua meta para 2020. A notícia está a provocar uma queda das ações da companhia, que já chegou a estar em -8%, estando nesta altura a cair 4,31%. Isto apesar da Ryanair ter reportado uma perda menor do que a esperada durante o bloqueio económico de abril a junho,  noticiou a Reuters.

A Ryanair é uma companhia aérea de low-cost irlandesa com base em Dublin, República da Irlanda.

A companhia aérea registou um resultado após impostos de -185 milhões de euros nos três meses até 30 de junho, quando reduziu 99% de sua capacidade perante o lockdown económico decretado na Europa para travar a pandemia de Covid-19.

Esta foi a sua primeira perda nos resultados trimestrais, mas ainda assim inferior aos -232 milhões de euros previstos pelos analistas que acompanham a empresa, refere a Reuters.

No entanto, a empresa reduziu  as expectativas para o resto do ano fiscal, que termina em 31 de março de 2021, dizendo que espera transportar 60 milhões de passageiros em vez dos 80 milhões previstos em maio – e abaixo dos 149 milhões do ano passado.

“A nossa orientação para o ano inteiro, de 60 milhões de passageiros, é provisória neste momento e pode baixar”, disse o CEO do grupo, Michael O’Leary, numa apresentação em vídeo citada pela agência noticiosa.

“Uma segunda onda de casos de Covid-19 na Europa no final do outono  é o nosso maior medo no momento”, disse O’Leary à Reuters.

“A próxima temporada de inverno parece um mau presságio mesmo para os operadores mais fortes”, disse à Reuters o analista da Goodbody, Mark Simpson, numa nota de research citado pela agência, onde o analista espera “um pequeno upside para a Ryanair até entrarmos na recuperação real de suas operações no início da primavera de 2021″.

O CEO da companhia irlandesa O’Leary disse ainda que, “além do fecho dos aeroportos já anunciados em Frankfurt, Berlim e Dusseldorf, é provável que haja encerramentos em Espanha e Itália, a menos que cortes salariais possam ser acordados com a equipe”.

A incerteza significa que a Ryanair não pode dar uma perspetiva de lucro para o seu exercício, embora a companhia aérea espere perder menos no trimestre atual do que no último, acrescentou o CEO.

O’Leary disse ainda que a Ryanair sofreu um acerto nas reservas nos últimos dias após uma onda de infeções em Barcelona e espera “mais eventos desse tipo”.

O governo britânico impôs abruptamente no sábado uma quarentena de duas semanas a todos os viajantes que cheguem de Espanha devido ao aumento de casos de Covid-19, um movimento que o administrador financeiro da companhia Neil Sorahan descreveu como “lamentável”. A Ryanair não tem planos de reduzir a capacidade entre os dois países, disse Sorahan citado pela Reuters.

A redução dos fluxos de caixa da Ryanair acabou efetivamente, ao ter atingido no final de junho 3,9 mil milhões de euros o que compara com 3,8 mil milhões no final de março, refere a Reuters referindo-se ao EBITDA. As receitas caíram 95% no primeiro trimestre, enquanto os custos caíram 85%.

A companhia espera voar 60% de sua programação normal em agosto e 70% em setembro. Os aviões da Ryanair devem ficar 70% cheios em julho e agosto, disse O’Leary, segundo a Reuters.

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