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Saiba como detetar um conta-quilómetros adulterado

Tome nota que, em média, os carros percorrem 19 mil quilómetros por ano. É, por isso, muito estranho que um carro com 10 anos só ter percorrido 30 mil quilómetros, por exemplo.
31 Março 2018, 10h00

Quando compra um carro usado, de entre os vários critérios que deve tomar nota, preste atenção nos quilómetros apresentados no conta-quilómetros. Há quem vicie esses dados para que o carro não perda valor de mercado. Mas, saiba que há formas de perceber se o “conta-quilómetros” do seu novo automóvel está adulterado. O Economize indica-lhe como.

1. Atenção ao estado do interior do carro

Tenha em atenção ao estado do tablier e, claro, do visor onde está o conta-quilómetros. Mais do que isso, tenha em consideração as condições interiores do veículo. É que há zonas do habitáculo que permitem antever o uso do automóvel. Por exemplo, bancos coçados, rotos, encostos para a cabeça desgastados, cinto de segurança esgaçado, moca e fole da alavanca de velocidades deteriorados, botões do rádio e dos vidros eléctricos com desgaste acentuado e o volante coçado, são indicadores óbvios do estado real da viatura.

Para os veículos que estão equipados com conta-quilómetros analógicos, a remoção de quilómetros é feita pela via manual, um procedimento que obriga á abertura do painel de instrumentos. Observe o estado dos parafusos e do visor do painel. Repare se há tinta estalada, se há indícios de que os parafusos foram removidos.

Se tiver um amigo mecânico, ou se conhecer um mecânico de confiança, por que não pedir-lhe que o acompanhe quando for ver o carro usado. A opinião profissional de um mecânico vai permitir saber se o carro tem mais desgaste do que deveria ter. Um bom mecânico percebe bem de conta-quilómetros adulterados.

2. Teste o carro

Se está mesmo interessado no carro nunca avance para a compra sem o tradicional test-drive.Há pormenores que só se notam durante a condução.

3. Veja os documentos do veículo

Quando um carro vai a uma Inspeção Periódica Obrigatória, é normal anotarem no livro de revisões (nem todos os veículos têm) – ou no talão da mudança do óleo – os quilómetros que o veículo tem. Se conseguir ter acesso a esta informação, tem muito que pode analisar para saber se o estão a enganar com os quilómetros.

Se estiver desconfiado, pode ir ao IMT ou IMT online, e por 30 euros (no site tem 10% de desconto), recebe em casa ou no e-mail uma Certidão com todas as inspeções do veículo que lhe interessa e os respectivos quilómetros em cada uma delas.

Para ter acesso ao historial de inspecções, precisa de saber o VIN (Vehicle Identification Number), ou seja o número do quadro (chassis).

4. Atenção às peças novas

Vários carros usados que estão à venda podem ter peças novas colocadas para enganar quem compra. Neste ponto é importante pedir a opinião a um mecânico. Se o seu mecânico vir que existem peças que foram substituídas antes do tempo, é bom motivo para interrogar o vendedor à procura de uma boa explicação.

Caso não tenha um mecânico de confiança, saiba que pode levar o carro usado a uma inspeção facultativa. Custa o mesmo que uma inspeção obrigatória, mas fica com a certeza de que não está a ser enganado.

5. Atenção às centralinas

Atualmente, praticamente todos os veículos modernos estão equipados com centralinas. As centralinas são dispositivos eletrónicos que armazenam toda a informação relacionada com a viatura, o que permite saber se o conta-quilómetros foi, ou não foi, adulterado. Saiba também que um bom electricista consegue remover e apagar a memória das centralinas, apagando de vez os dados dos quilómetros do veículo.

Neste ponto, deve ter em atenção a quem compra o automóvel usado. É preferível recorrer a ‘stands‘ que vendam carros em segunda mão do que. E pedir sempre que possível a opinião a um mecânico.

6. O que fazer em caso de alterações detetadas no conta-quilómetros?

O melhor a fazer é cancelar o negócio. É provável que estejam a tentar enganá-lo. Se descobrir a “martelada” no conta-quilómetros após a compra do veículo, o melhor é falar com quem fez o negócio. Pode ter sido tudo um erro. Quem o vendeu pode ter sido também enganado por outra pessoa.

Em última análise, pode levar o caso a tribunal. Burla é um caso de justiça.

Conclusão: Não se pretende passar a ideia de que a maior parte dos vendedores de automóvei são desonestes. O Economize apenas está a alertar para boas práticas a ter na altura de comprar um carro usado.

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