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Saldo das contas externas cai 71% num ano para 463 milhões de euros

Nos primeiros nove meses do ano, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em 463 milhões de euros, o que compara com 1.576 milhões de euros em igual período de 2017 (-70,6%).
21 Novembro 2018, 13h04

Nos primeiros nove meses do ano, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em 463 milhões de euros, o que compara com 1.576 milhões de euros em igual período de 2017 (-70,6%). A balança de transações correntes regista operações como as exportações e as importações de mercadorias e de serviços, e os rendimentos provenientes de investimentos e as transações unilaterais; ao passo que a balança de capitais é onde são registadas as compras e vendas de activos (por exemplo títulos de dívida).

Segundo o Banco de Portugal, na nota de informação estatística relativos à Balança de Pagamentos referente a setembro de 2018, “para esta evolução contribuíram, sobretudo, as balanças de rendimento primário e de bens”.

Até setembro de 2018, o défice da balança de rendimento primário [os rendimentos primários inclui os juros e os dividendos] cifrou-se em 5.206 milhões de euros o que compara com 4.296 milhões de euros em igual período de 2017. “Para este aumento do défice contribuiu o efeito conjunto da redução dos juros recebidos do exterior e do aumento dos dividendos pagos a entidades não residentes em Portugal”.

Comparando com igual período de 2017, as balanças de bens e serviços tiveram evoluções distintas, adianta o banco central. “O défice da balança de bens aumentou 1.465 milhões de euros, enquanto o excedente da balança de serviços cresceu 1.077 milhões de euros, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo, cujo saldo passou de 8.314 milhões de euros para 9.363 milhões de euros”.

Em termos de balança comercial, até setembro, as exportações de bens e serviços cresceram 6,9% (6,8% nos bens e 7,1% nos serviços). As importações aumentaram 7,9% (8,6% nos bens e 4,9% nos serviços).

Nos primeiros nove meses de 2018, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 865 milhões de euros. Durante este período destacou-se a redução dos passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e o aumento de ativos do setor financeiro, com o investimento em títulos de dívida emitidos por não residentes. Por outro lado, verificou-se um aumento dos passivos, principalmente pelo investimento de não residentes no capital das sociedades não financeiras residentes.

Recorde-se que a Balança de Pagamentos de um determinado país consiste num mapa onde são registadas todos os fluxos financeiros relativos a todas as transacções desse país com o resto do mundo durante um determinado período de tempo, e é composta por duas componentes principais: a Balança de Transações Correntes e a Balança de Capitais. Quando a Balança de Transações Correntes é deficitária, o país será obrigado a financiar esse défice através, por exemplo, da venda de títulos representativos de dívida.

A Balança de Transações Correntes corresponde ao rendimento líquido de um país: no caso de apresentar um saldo positivo (ou superavit), contribui para a acumulação de créditos sobre o exterior; no caso de apresentar um saldo negativo (ou défice), contribui para a acumulação de dívida ao exterior.

 

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