[weglot_switcher]

Santander diz que salvou contribuintes de gastarem 36 mil milhões no Popular

O banco e a CNMV estão em litígio por causa das pensões vitalícias asseguradas aos antigos administradores do Banco Popular.
13 Fevereiro 2018, 14h36

O banco Santander, que comprou o Banco Popular por um euro, afirma que salvou o Estado espanhol e os seus contribuintes de resgatar o Banco Popular, o que lhes teria custado cerca de 36 mil milhões de euros. A ‘conta’ faz parte de uma carta endereçada à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV, semelhante à CMVM portuguesa), tornada pública pelo jornal “El Mundo”.

“O Banco Santander assumiu diligentemente o novo Banco Popular que surgiu após a resolução (…) Esta ação do Banco Santander evitou o terrível impacto que a falência do Banco Popular teve no mercado financeiro espanhol e, além disso, sem que os contribuintes tenham que suportar o custo de sua intervenção, ao contrário do que aconteceu com muitas outras caixas de poupança que exigiam um apoio público significativo para garantir sua viabilidade, particularmente do Bankia”.

Basta lembrar, diz o Santander, que o Ministério da Economia afirmou que o custo que teria significado para os cofres públicos a queda do Banco Popular teria atingido 36 mil milhões de euros.

“Se o Santander não estivesse disposto a assumir o novo Banco Popular criado pelo Conselho da Resolução Única (JUR), os tribunais teriam de assumir a falência de um gigante, num procedimento longo e prejudicial para trabalhadores, clientes, credores e acionistas e (…) que causaria sérios danos ao sistema económico-financeiro espanhol”, diz ainda a carta.

Além disso, “o processo de resolução do Banco Popular evitou essa situação (ou um resgate público caro e provavelmente inviável)”, acrescenta a instituição financeira.

O Santander apresenta estes argumentos para protestar contra um procedimento sancionatório aberto pela CNMV, que encontrou documentos que apontam para a ocultação da compensação vitalícia aos administradores do Banco Popular entre 2013 e 2015. “Seria paradoxal”, diz o banco, que o Santander fosse chamado à responsabilidade por ocorrências anteriores à compra do Popular.

A CNMV sustenta que, uma vez que o Popular incorreu numa “infração grave” ao não explicar aos investidores “de forma clara e completa” as indenizações atribuídas a Ángel Ron e a outros ex-executivos, deve enfrentar uma penalização de um milhão de euros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.