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Santander Totta diz que não tem qualquer “processo de rescisões por mútuo acordo” em curso

O Banco Santander Totta reagiu aos dois comunicados de cinco sindicatos bancários que pedem que o banco suspenda o processo de redução de pessoal, em curso, por causa do confinamento.
  • Cristina Bernardo
19 Janeiro 2021, 19h17

O Banco Santander Totta reagiu aos dois comunicados de sindicatos bancários – um do Mais Sindicato e do Sindicato dos Bancários do Centro e outro do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN) e do Sindicato Independente da Banca (SIB) – que pedem que o banco suspenda o processo de redução de pessoal em curso.

No entanto, o banco liderado por Pedro Castro e Almeida veio a público esclarecer que “o banco não tem neste momento, como já referido em diversas ocasiões, em curso qualquer processo de rescisões por mútuo acordo, tendo proposto a diversos colaboradores nos últimos meses, como o vem fazendo há diversos anos, a possibilidade de uma pré-reforma ou da revogação do seu contrato de trabalho”.

Segundo a instituição, estes contactos foram e são feitos “sem qualquer pressão” e dando todo o espaço aos colaboradores para responderem como melhor entenderem e quando melhor entenderem.

“O Santander assegura que, não obstante a necessidade – que todos conhecemos – de o sector bancário europeu se ajustar à realidade atual da atividade bancária, esta instituição não deixará em momento algum de ter como primeira consideração a preocupação e a solidariedade com os seus colaboradores”, garante o banco.

“O Banco Santander Totta partilha as considerações dos referidos sindicatos quanto à coragem e espírito de sacrifício que os trabalhadores bancários têm demonstrado desde o inicio da pandemia”, acrescenta o banco.

Os sindicatos SNQTB, SBN e SIB, por um lado, e o o Mais Sindicato e o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC), por outro, escreveram à comissão executiva do Santander Totta a apelar a que se suspenda o processo de redução de pessoal em curso.

Os sindicatos defendem que devido à atual situação de estado de emergência e confinamento, “o processo de reestruturação em curso no Banco Santander deve ser suspenso até à estabilização da situação do País, tendo como base a responsabilidade laboral, social ética e humanista”.

O Santander Totta tem vindo a reduzir o quadro de pessoal desde 2017.  Nesse ano registaram-se 436 saídas e 26 entradas, o que dá um saldo líquido de saídas de 410 colaboradores. No ano seguinte em 2018, foram 424 saídas e 25 entradas (o saldo líquido foi de 399).

Em 2019 registaram-se 323 saídas de trabalhadores e 74 entradas (o saldo líquido foi de 249). Já no ano passado, em 2020, o Santander Totta registou 300 saídas e 89 entradas, o que perfaz uma redução líquida de 211 colaboradores.

O último ano foi aquele em que se verificaram menos saídas e mais entradas, apurou o Jornal Económico.

Não foi divulgado o plano de redução de pessoal para este ano.

A redução do quadro de pessoal é uma das medidas dos bancos face à atual crise pandémica e à conjuntura de juros baixos que afeta a rentabilidade. O tema da eficiência é fundamental para o futuro dos bancos.

Em Portugal, o Banco Montepio já anunciou que quer reduzir ao todo 600 a 900 postos de trabalho até setembro de 2023. Sendo que destes 400 poderão ter 18 meses de subsídio de desemprego, já que teve autorização da Segurança Social para avançar com o despedimento de até 400 pessoas, até setembro de 2023, no âmbito de um grande processo de reestruturação.

O Millennium BCP também tem nos planos o corte de custos com pessoal. Saíram cerca de 110 trabalhadores do BCP em junho do ano passado face a junho do ano anterior, mas a diminuição vai ser acelerada em 2021. O corte de custos com pessoal é fundamental em ambiente de paralisação dos proveitos, assumiu na altura Miguel Maya.

Em novembro a Caixa Geral de Depósitos (CGD) reportou que reduziu 337 trabalhadores entre janeiro e setembro de 2020, em Portugal.

Segundo uma notícia da Lusa, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) Portugal reduziu em 2.152 o número de trabalhadores entre final de 2014 (quando tinha 8.858) e o final de 2019 (6.706 trabalhadores) e o BCP diminuiu os seus funcionários em Portugal em 591 (ao passar de 7.795 em 2014 para 7.204 em 2019). Já do Novo Banco saíram 2.184 funcionários entre final de 2014 (6.832) e final de 2019 (4.648).

No Montepio, segundo a Lusa, os trabalhadores na atividade doméstica do grupo banco Montepio eram 4.032 no fim de 2014 e no final de 2019 eram 3.724, uma redução de 308. O Crédito Agrícola (SICAM) reduziu 50 trabalhadores, tinha 3.776 trabalhadores em 2014 e passou a 3.726 em 2019.

Tal como já foi noticiado os maiores bancos europeus têm em marcha planos de reestruturação que vão levar à saída de mais de 80 mil trabalhadores nos próximos três anos. Estes números não incluem Portugal,

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