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Sasia recicla 900 toneladas de resíduos têxteis por mês

Cerca de metade do volume da nova matéria-prima produzida pela Sasia é absorvida pela indústria nacional, enquanto os restantes 50% têm como destino a Europa.
18 Fevereiro 2019, 19h38

A Sasia, localizada em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão, dedica-se desde a sua fundação, em 1952, à reciclagem de desperdícios da indústria têxtil, que transforma em ramas nas cinco linhas de reciclagem automatizadas da sua fábrica.

“Mensalmente, a Sasia transforma 900 toneladas de resíduos têxteis em matérias-primas para aplicação em diferentes setores e subsetores industriais: têxtil, hidrofilia, fiação, colchoaria, horticultura, automóvel e geotêxtil, entre outros”, esclarece um comunicado da Câmara de Vila Nova de Famalicão.

“Importamos de vários países de diferentes continentes, América Latina e Ásia incluídas, resíduos pré-consumo de algodão ou fibras artificiais que desfibramos e reciclamos em ramas destinadas a segmentos de mercado muito diferentes. Tanto podem ser usadas na construção de pisos de autoestradas, no fabrico de algodão hidrófilo e colchões, ou como matéria-prima pelas fiações”, explicou Miguel Ribeiro da Silva, o administrador, durante uma visita à empresa por parte do presidente da Câmara, Paulo Cunha, na passada sexta-feira, 15 de fevereiro, a pretexto do ‘Roteiro pela Inovação’.

“Cerca de metade do volume da nova matéria-prima é absorvida pela indústria nacional; os restantes 50% têm como destino a Europa”, adianta o referido comunicado.

O mesmo documento acrescenta que “a Sasia acabou de realizar um investimento de dois milhões de euros numa nova e moderna linha de reciclagem, que aumentou em 20% a sua capacidade produtiva e melhorou a eficiência energética da empresa”.

“Esta nova linha de reciclagem entrou em funcionamento em dezembro de 2018 e com ela conseguimos fazer o que não conseguíamos até então”, apontou Miguel Ribeiro da Silva, destacando assim o seu caráter diferenciador.

Por seu turno, Paulo Cunha enalteceu o pioneirismo da Sasia com as questões da sustentabilidade e sublinhou o facto de a empresa contribuir para a afirmação de Famalicão como Cidade Têxtil.

“Quando em Famalicão se fala do têxtil não se fala só da qualidade do produto acabado. No têxtil há uma enorme dependência de matérias-primas e muitas delas estão fora de Portugal. Com a Sasia, conseguimos também mostrar ao país e ao exterior como é possível ser o mais autónomos possível”, explicou o autarca.

Ao mesmo tempo, para o edil, “apostar na Sasia significa um contributo muito relevante para que Famalicão continue a crescer enquanto ‘Cidade Têxtil’ que é, atingindo novos patamares e novos produtos, muito ligados aos reciclados”.

A unidade fabril, que ocupa 15 mil metros quadrados, acolhe 30 trabalhadores em três turnos.

A empresa foi uma das parceiras da Riopele no projeto Tenowa, vencedor do Prémio Produto Inovação 2018, atribuído pela COTEC.

“Temos sido muito solicitados a colaborar com o nosso ‘know-how’ em projetos sustentáveis. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a escassez de recursos e as empresas procuram corresponder a essa preocupação”, disse.

A Sasia fechou o exercício de 2018 com um volume de negócios de cinco milhões de euros, dos quais cerca de 50% feito na exportação, prevendo crescer entre 15 e 20% em 2019.

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