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Recuperação do setor da aviação? “Só em 2024”, alerta IATA

Associação Internacional de Transportes Aéreos considera que o setor da aviação encontra-se numa situação “crítica”. “Existe uma falta de confiança entre os passageiros”, alertou, referindo que este índice encontra-se 49% mais baixo quando comparado aos níveis do ano anterior.
22 Outubro 2020, 17h55

O setor da aviação encontra-se numa situação muito crítica. Esta foi a avaliação global feita por Brian Pearce , economista-chefe da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, sigla em inglês), durante a sua intervenção no segundo dia do Portugal Air Summit, esta quinta-feira, em Ponte de Sor.

Segundo um estudo conduzido pela IATA Economics, registou-se, em agosto, uma queda de 75% no volume de passageiros quando comparada com o mesmo período em 2019. Esta queda contrasta o deslize ligeiro assistido no transporte de mercadorias que recuou 12,6% no mesmo período devido ao transporte de materiais de proteção individual, equipamentos para hospitais e medicamentos que tiveram uma maior procura devido ao agravamento da pandemia.

Olhando para os continente mais afetados pelo impacto da pandemia no setor da aviação, a Europa começou a demonstrar, a partir de julho, sinais de uma recuperação ligeira no mercado dos voos domésticos devido à reabertura dos corredores aéreos. “Porém, a segunda vaga da Covid-19 interrompeu esse crescimento”, referiu Pearce durante a sua apresentação, informando que nas últimas semanas tem começado a cair uma vez mais.

“As companhias aéreas têm estado a fazer um esforço notório para atrair mais passageiros, nomeadamente através das tarifas”. Segundo o estudo da IATA, as tarifas dos voos comerciais estão 35% mais baixas, mas nem assim são suficientes para atingir o nível de circulação de passageiros assistidos em 2019.

“Existe uma falta de confiança entre os passageiros”, alertou, referindo que este índice encontra-se 49% mais baixo quando comparado aos níveis do ano anterior. O motivo para tal?  “A resposta governamental ao vírus”, explicou.

Cerca de 80% dos inquiridos neste estudo da IATA, referem que os dois principais motivos para se manterem longe de aviões e evitar fazer viagens para o estrangeiro são a quarentena obrigatória à chegada do destino e o receio de contágio da Covid-19.

Segundo Brian Pearce, até a industria de aviação recuperar e atingir os níveis de atividade registados em 2019, altura em que se registou um pico, vão ser necessários cerca de quatro anos.

“Antecipamos uma recuperação lenta até atingirmos os níveis de 2019”, informou, acrescentando que atualmente, o setor da aviação se encontra “muito abaixo” do expectável. “Essa recuperação só deverá acontecer em 2024”, informou.

 

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