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Seguradoras afirmam que “correm menos riscos” de lavagem de dinheiro do que os bancos

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, José Galamba de Oliveira, afirma que não basta ter sistemas de software adequados e procedimentos definidos para mudar a estrutura de uma organização em termos de compliance: “É preciso mudar comportamentos de cima para baixo”, afirma.
  • Cristina Bernardo
21 Março 2018, 12h48

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) disse esta quarta-feira que não é suficiente as organizações terem sistemas de software de análise de risco adequados e procedimentos definidos para conseguirem mudar a sua estrutura em termos de compliance.

“É preciso mudar comportamentos de cima para baixo. [A prevenção e a deteção do branqueamento de capitais] não é um tema novo para este setor, mas obviamente que a nova diretiva traz um aprofundar de situações e de temas importantes para o setor segurador e bancário”, explicou José Galamba de Oliveira, na 2ª conferência internacional promovida pelo Observatório Português de Compliance e Regulatório (OPCR).

O porta-voz das seguradoras argumentou que estas empresas correm “menos riscos em termos destas práticas, porque estes produtos financeiros entram no sistema bancário, enquanto o segurador tem outros filtros” e realçou que deve haver uma “adaptação aos requisitos mínimos em termos de compliance”.

Por outro lado, Paulo Figueiredo, administrador executivo do Banco de Investimento Global (BiG) garantiu que “cultura é essencial e o modelo mais intangível e aquele que não consegue ser copiado de uma organização”, quando questionado sobre como é que a banca pode acautelar sobre práticas incorretas e proteger um colaborador.

Paulo Figueiredo acredita que Blockchain pode ter ser positiva para a análise de fluxos financeiros. “Somos um banco tecnológico, por isso, vemos com bons olhos a aplicação da tecnologia a todos os problemas que nos surgem (…). [O compliance] faz parte e deve fazer parte do funcionamento natural dos bancos, que têm a obrigação de cumprir escrupulosamente com este tipo de regulação”, assegurou o representante do BiG.

Na mesa redonda sobre o “impacto do combate ao branqueamento nas organizações”, moderada por Filipe Alves, diretor d’O Jornal Económico, Pedro Lino, presidente do conselho de administração da Dif Broker e membro da direção do OPCR, lembrou que ainda “há muito trabalho pela frente”. “Vamos ter sempre uma sociedade e um setor financeiro dividido entre os segmentos de regulação, a tecnologia e as necessidades da população, que está a envelhecer”, disse, na mesma conferência, no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

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