Um jovem de 16 anos, de Gaia, foi internado, em dezembro passado, por ordem do Tribunal de Família, sob indicação de uma técnica da Segurança Social (SS), numa instituição a cerca de 300 quilómetros de casa, vocacionada para o tratamento de toxicodependentes, avança a RTP.
Isto depois de a mãe ter pedido ajuda à Comissão Nacional de Jovens e Menores em Risco porque o filho não ia à escola e preferia ficar em casa a jogar computador.
“Nós confiámos no Estado, confiámos na Segurança Social. Agora, não sabiamos que eles iam indicar uma associação terapêutica para toxicodependentes”, refere a mãe, em entrevista ao canal público.
No final de setembro, o tribunal decretou que o jovem seria entregue ao pai, divorciado há 12 anos da mãe. A medida devia ter vigorado por três meses e quinze dias, mas dois meses depois a técnica da Segurança Social, responsável pelo caso, transmitiu ao tribunal que a medida não estava a ser cumprida e que os próprios pais admitiam ser incapazes de inverter a situação. A 28 de dezembro, foi executado um mandado judicial que levou o jovem até esta instituição.
Era o único internado por alegado vício em jogos de computador. Desde esse dia passou a ser alvo de um tratamento “para a esquizofrenia e a ansiedade”. O adolescente fugiu entretanto da instituição. E foi para casa do pai.
A RTP questionou o juíz do processo e o magistrado garante que foi a técnica da Segurança Social que indicou a necessidade de internar o jovem na comunidade terapêutica “Associação Pica-Pau” e acrescenta que o tribunal não tem qualquer poder na gestão de vagas para a execução das medidas de acolhimento.
Adianta ainda que neste processo não existe qualquer relatório médico que ateste que o adolescente sofre de uma adição ao jogo. O juíz considera que tal é desnecessário, face à natureza dos factos em causa. O magistrado responsabiliza a técnica da Segurança Social por este desfecho. E escreve por várias vezes que a responsável não respondeu aos pedidos de reavaliação do caso que lhe dirigiu com carácter muito urgente há já um mês.
Confrontada pela RTP, a técnica recusa-se a dar explicações. Os pais do jovem já requereram que este fique de imediato à guarda do pai.
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