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Senado norte-americano reconhece genocídio arménio

O senado aprovou por unanimidade uma resolução que reconhece como genocídio os assassinatos em massa de arménios em 1915. A reação da Turquia piorou ainda mais o ambiente entre os dois países.
12 Dezembro 2019, 20h48

O senado norte-americano aprovou por unanimidade uma resolução que reconhece como genocídio os assassinatos em massa de arménios perpetrados pelo Império Otomano na altura da I Grande Guerra, em especial ao longo do ano de 1915.

A Turquia condenou a resolução, dizendo que ela não ajudará a melhorar as relações com os Estados Unidos. Os dois aliados na NATO já estão em desacordo em várias questões, incluindo a compra de sistemas de armamento de defesa russos por parte de Ancara e a políticas sobre a Síria.

A Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, aprovou a resolução por uma maioria esmagadora em outubro. Mas uma votação no Senado foi repetidamente bloqueada pelos senadores republicanos, a mando, dizem os jornais, do presidente Donald Trump.

“Ao aprovar a resolução sobre do genocídio arménio, o Senado finalmente levantou-se para confirmar a história”, disse o senador democrata Bob Menendez, um dos co-autores da legislação.

A Turquia aceita que muitos arménios que viveram no Império Otomano foram mortos em confrontos com as forças otomanas durante a I Guerra Mundial, mas contesta os números (1,5 milhões, segundo a maioria dos fontes ocidentais) e nega que os assassinatos tenham sido sistematicamente orquestrados e constituam um genocídio.

“Em todas as tentativas anteriores de politizar a história por alguns membros do Congresso dos Estados Unidos, reiterámos a nossa posição de formar um grupo para estudar o assunto”, disse Fahrettin Altun, diretor de comunicações da Turquia, num twit em resposta à resolução. “A história observará essas resoluções como ações irresponsáveis ​​e irracionais de alguns membros do Congresso dos Estados Unidos contra a Turquia”, disse Altun.

Por seu turno, Ibrahim Kalin, porta-voz da presidência turca, disse que a Turquia “condenou e rejeitou fortemente” a resolução – tal como havia sucedido a quando da resolução no congresso e tal como aconteceu quando a Alemanha decisdiu adotar uma resolução idêntica.

A Casa Branca não queria que a resolução avançasse enquanto negociava com Ancara em questões delicadas.

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