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Setor bancário europeu continua a precisar de consolidar, afirma responsável do BCE

Andrea Enria falou hoje em Lisboa na conferência Anual do Centro de Investigação, Regulação e Supervisão Financeira, e refletiu sobre a dimensão do setor bancário.
4 Julho 2019, 12h45

O presidente do Mecanismo Único de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Andrea Enria, considerou hoje que o setor bancário europeu continua muito fragmentado e a precisar de consolidação.

Para o responsável, que falava hoje em Lisboa na conferência Anual do Centro de Investigação, Regulação e Supervisão Financeira, a dimensão adequada do setor bancário é “difícil de avaliar”, mas “parece ser claro que o setor bancário europeu continua a ser muito grande” e a precisar de consolidação.

No entanto, advertiu, tal não significa ter bancos maiores, mas sim “bancos mais eficientes”.

O setor bancário, na opinião do responsável pelo sistema de supervisão bancária europeu que agrega o BCE e as autoridades de supervisão nacionais, precisa de ser “diversificado”.

Também não se deverá deixar, segundo Andrea Enria, que sejam os governantes dos diferentes países a determinar a estrutura do setor bancário, pois isso terão que ser as forças do mercado a decidir.

Sobre este assunto, o presidente do Mecanismo Único de Supervisão do BCE alertou ainda que, no caminho da consolidação, não deve apenas olhar-se para fusões transfronteiriças pois, apesar de estas serem um sinal de um mercado “verdadeiramente europeu”, há fusões domésticas que podem fazer sentido do ponto de vista de custo-eficiência.

Um dos recentes casos de consolidação bancária na Europa é do grupo bancário Santander.

Em 2015, o português Santander Totta comprou em Portugal a atividade bancária do Banif, alvo de uma medida de resolução. Já em 2018, o grupo Santander comprou por um euro o espanhol Banco Popular, também no âmbito de uma medida de resolução.

Ainda a propósito deste tema, em resposta a perguntas da plateia, a presidente do Conselho Único de Resolução, Elke Koning, disse que, em 2014, as autoridades europeias foram acusadas da escolha que fizeram aquando da resolução do Banco Popular, mas defendeu que não havia outra opção.

“Fomos acusados na resolução do Banco Popular de escolhermos uma solução nacional, mas infelizmente não havia um banco não espanhol interessado em investir”, afirmou a alemã.

De acordo com as estimativas apresentadas por Andrea Enria, a rentabilidade dos bancos da zona euro deverá baixar para os 5,4% este ano (dos 6,7% registados em 2018), para recuperar em 2020 (para os 7,3%) e 2021 (7,9%).

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