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Setor da construção em Portugal continua a resistir ao impacto da pandemia

No mês de agosto, o consumo de cimento no mercado nacional observou um crescimento de 13%, em termos homólogos, elevando para 2,4 milhões de toneladas, o consumo desta matéria-prima desde o início do ano, o que corresponde a um crescimento de 10,3% em termos homólogos acumulados.
  • Reuters
2 Outubro 2020, 15h44

Os indicadores setoriais recolhidos pelas associações AICCOPN – Associação dos Industrias da Construção Civil e Obras Públicas e AECOPS – Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços até ao final de agosto revelam resiliência do setor da construção perante os impactos da pandemia de Covid-19.

“Com base na informação estatística setorial disponível até ao final do mês de agosto verifica-se que, globalmente, o setor da construção revela uma significativa resiliência perante o impacto do atual surto pandémico na atividade económica, com os principais indicadores setoriais a manterem-se mais positivos do que os apurados para a generalidade da economia”, destaca um comunicado da AICCOPN/AECOPS.

De acordo com essa nota, “com efeito, no mês de agosto, o consumo de cimento no mercado nacional observou um crescimento de 13%, em termos homólogos, elevando para 2,4 milhões de toneladas, o consumo desta matéria-prima desde o início do ano, o que corresponde a um crescimento de 10,3% em termos homólogos acumulados”.

Por outro lado, “relativamente às licenças emitidas pelas autarquias para construção de habitação nova, nos primeiros sete meses de 2020, assiste-se a uma quebra menos intensa que a registada nos meses anteriores, tendo-se apurado uma variação em termos homólogos acumulados de -2,5%”.

“Quanto, ao licenciamento de fogos em construções novas verifica-se, também, um decréscimo de 4,4%, em termos homólogos, para um total de 13.456 habitações”, adianta o comunicado em questão.

A AICCOPN e a AECOPS esclarecem que, “no segundo trimestre de 2020, foram transacionados 33.398 alojamentos familiares num montante global de 5.145 milhões de euros, o que traduz uma redução, face a igual trimestre do ano anterior, de 21,6% em número e de 15,2% em valor”.

“Neste caso, o desempenho do mercado imobiliário acompanhou a evolução das restrições impostas no contexto da pandemia Covid-19. Efetivamente, no mês de abril, período durante o qual vigorou o Estado de Emergência, foi o mês em que se observou a maior contração, em termos homólogos, do número de transações (variação de -35,2%) e nos meses de maio e junho, com o início do desconfinamento, as reduções foram menos expressivas, registando-se taxas de -22,0% e -7,6%, respetivamente, aproximando-se dos números verificados no primeiro trimestre”, explicam os responsáveis da AICCOPN/AECOPS.

As duas associações do setor da construção assinalam que, “no que concerne aos preços dos imóveis, permanece inalterada a tendência global de crescimento, com o índice de preços da habitação a valorizar-se 7,8%, em termos homólogos no segundo trimestre de 2020, e os valores de avaliação bancária na habitação a atingirem um novo máximo histórico em julho com um aumento de 8,0%, também em termos homólogos”.

“No mesmo sentido, a concessão de crédito para aquisição de habitação mantém uma tendência positiva até julho, com um crescimento em termos homólogos acumulados de 6,5%, para 6.273 milhões de euros”, destaca o mesmo comunicado.

Por seu turno, “no segmento dos edifícios não residenciais assiste-se, até julho, a uma contração da área licenciada pelas autarquias de 4,5% em termos homólogos”.

“No segmento de engenharia civil, o mercado de empreitadas de obras públicas permanece estável. No entanto, ainda que o volume de contratos celebrados registe uma variação homóloga temporalmente comparável positiva, de 14,4% até final de agosto, os níveis verificados continuam a situar-se muito abaixo dos valores apurados para o total de concursos promovidos, ou seja, objeto de abertura de procedimento”, conclui o comunicado conjunto da AICCOPN e da AECOPS.

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