Setor europeu das renováveis defende aposta na inovação para travar ofensiva chinesa

O setor europeu das energias renováveis defende mais inovação na produção industrial de componentes para a produção eólica e solar para travar a ofensiva chinesa.

“Temos de apoiar ativamente a cadeia de fornecimento através da inovação contínua. Caso contrário, perdemos competitividade para os chineses”, disse o presidente da Wind Europe, a associação que representa a indústria eólica europeia em Bruxelas, durante a conferência anual da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).

Gillies Dickson deu o exemplo de outros setores em que o apoio à inovação é contínuo para manter a sua competitividade. “A Europa está sempre a investir na indústria automóvel e aeroespacial”.

O responsável deu o exemplo das duas fábricas que existem em Portugal de produção de aerogeradores eólicos: a Ria Blades do grupo hispano-alemão Siemens Gamesa em Vagos, Aveiro, e a fábrica dos alemães da Enercom em Viana do Castelo.

O responsável destaca que a indústria de componentes eólicos conta com 250 fábricas na Europa que empregam três mil trabalhadores.

“Precisamos de muito mais pessoas. Hoje em dia lutamos para encontrar técnicos preparados. Há um risco que a Europa caia num poço de falta de técnicos”, afirmou Gilles Dickson.

Já para a Solar Power Europe, a Europa deve apostar na produção interna de painéis solares numa altura em que se prevê um crescimento exponencial da produção solar nos próximos anos.

“Vemos o mercado solar a crescer exponencialmente nos próximos anos, é uma vantagem interessante para desenvolver a industria solar na Europa. Pensamos que é uma grande oportunidade para vender módulos solares. O setor precisa de uma estratégia industrial. A inovação é essencial”, afirmou a presidente da associação que reúne o setor europeu de energia solar, Walburga Hemetsberger, durante a conferência da APREN.