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Sindicato de Professores da Madeira quer subsídio para compensar professores pelo ensino à distância

“Temos 98% dos professores que utilizaram o computador pessoal. Isto não pode voltar a acontecer no próximo ano letivo. Terá de ser com recursos disponibilizados pela tutela [Secretaria Regional da Educação]”, sublinhou Miguel Ganança.
28 Maio 2020, 11h07

O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) reivindicou, na passada quarta-feira, benefícios fiscais e um subsídio compensatório aos docentes por terem utilizado recursos pessoais no processo de ensino à distância (E@A), na sequência das medidas de contenção da Covid-19.

“Este procedimento só vingou porque os professores colocaram à disposição os seus recursos pessoais, como o computador, a internet, o telemóvel, o seu espaço em casa”, disse o dirigente sindical Miguel Ganança, em conferência de imprensa, no Funchal.

O SPM apresentou os resultados de um inquérito sobre o “ensino à distância em tempo de confinamento”, ao qual responderam 502 professores, num universo de 6 mil que lecionam na Região Autónoma da Madeira.

“Temos 98% dos professores que utilizaram o computador pessoal. Isto não pode voltar a acontecer no próximo ano letivo. Terá de ser com recursos disponibilizados pela tutela [Secretaria Regional da Educação]”, sublinhou Miguel Ganança.

O sindicato defende, por isso, a atribuição de benefícios fiscais em sede de IRS (Imposto Sobre o Rendimento Singular) ou de um subsídio específico compensatório referente a 2020, bem como o fornecimento, a partir do próximo ano letivo, de todos os “recursos imprescindíveis” ao ensino à distância.

“Este ensino à distância é viável, mas tem de ser repensado”, afirmou Miguel Ganança, considerando que “muito provavelmente” será necessário implementá-lo no próximo ano, devido a uma eventual segunda vaga de Covid-19.

O inquérito aos professores revela, por outro lado, que o E@A é “muito mais exigente” para estes e “menos interessante” para os alunos, apontando também para desigualdades ao nível da aprendizagem, devido à falta de equipamentos ou à pouca preparação de muitos encarregados de educação.

“Isto significa que, para o futuro, temos de repensar o processo, temos de ter orientações muito mais claras por parte da tutela sobre as disciplinas e a avaliação”, disse Miguel Ganança.

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