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Sindicato diz que se os maiores jornais da Madeira tiverem os mesmos acionistas cabe às redações garantir independência

Outra questão que preocupa o Sindicato dos Jornalistas da Madeira prende-se em saber se existirá algum tipo de reestruturação em algum dos jornais, e se vão existir despedimentos, caso Grupo Sousa e AFA concretizem a intenção de terem participação acionista nos dois principais jornais da região.
9 Julho 2020, 07h45

O presidente do Sindicato dos Jornalistas da Madeira, António Macedo Ferreira, diz que se o Diário de Notícias da Madeira e o Jornal da Madeira, forem controlados pelo Grupo Sousa e pela AFA, que cabe às redacções destes jornais assegurar que não existe interferência em questões editoriais, lembrando que os jornalistas têm um código deontológico a cumprir e que devem assegurar que não são instrumentalizados pelas entidades que detêm participação nos media.

António Macedo Ferreira diz que ainda existem dúvidas sobre esta intenção do Grupo Sousa e AFA, passarem a ter participação, em dois diários da Madeira, nomeadamente qual é a participação que cada um destes grupos terá nestes jornais.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas da região sublinha ainda que é preciso recuperar nos jornais os conselhos de redacção, de modo a que as redacções possam emitir os seus parecer sobre decisões editoriais.

Outra questão que preocupa o Sindicato dos Jornalistas da Madeira, expressa o seu presidente, prende-se em saber se existirá algum tipo de reestruturação em algum dos jornais, e se vão existir despedimentos. De referir que a TSF como a Rádio JM fazem também parte do grupo que detém o Diário de Notícias da Madeira como o Jornal da Madeira.

António Macedo Ferreira sublinha que esta questão deve interessar a opinião pública, e constitui um assunto ligado à cidadania. O presidente do Sindicato dos Jornalistas da Madeira diz ainda que à partida esta questão accionista deverá ter parecer por parte das entidade competentes como por exemplo a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC).

A notícia sobre as negociações com vista a uma troca de participações entre os grupos que controlam os dois maiores jornais da Região foi avançada pela RTP Madeira, sem citar fontes. Ao que o Económico Madeira (EM) apurou, existe já um acordo de princípio, mas os detalhes ainda estão a ser definidos. O cenário mais provável neste momento passa pela partilha, em partes iguais, da posição de 77% que o grupo Sousa tem no “Diário” desde a saída, no início do ano, da histórica família Blandy. Em contrapartida, o grupo AFA entregará ao conglomerado liderado por Luís Miguel Sousa metade da sua posição de 51% da empresa proprietária do “JM”, ficando ambos com o controlo deste jornal.

A possibilidade de o Grupo Sousa e a AFA controlarem os dois jornais madeirenses é uma questão que levantou receio nos partidos ouvidos pelo Económico Madeira.

O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, já tinha afirmado que não via “nenhum problema” relativamente à pluralidade, quando questionado sobre a troca de posições accionistas entre o Grupo Sousa e a AFA que permite a estes dois grupos económicos terem participação no “Diário de Notícias da Madeira” (DM) e no “Jornal da Madeira” (JM), os dois maiores jornais madeirenses.

“É importante que hajam grupos económicos que tenham capital e vontade de manter os matutinos com grande tradição na Madeira”, defende Albuquerque.

“A liberdade de imprensa seria posta em causa se tivesse uma situação ao contrário, que era a tendência de alguns Governos, normalmente os Governos da esquerda tem uma grande tendência, para controlar as acções, meter homens de mãos do Governo lá. Isso não tem sido a nossa tradição. Antes pelo contrário. A nossa tradição é de o jornalismo local não ter nenhum problema em dizer mal do Governo todos os dias”, disse Albuquerque.

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