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Sindicato dos Jornalistas considera “insuficientes” medidas de apoio do Governo

As medidas de apoio do Governo aos órgãos de comunicação social no âmbito do combate aos efeitos da pandemia da covid-19 são “insuficientes”, considerou o Sindicato dos Jornalistas (SJ) esta sexta-feira.
  • Da esquerda para a direita: secretário de Estado do Cinema, do Audiovisual e dos Media, Nuno Artur Silva, o presidente da RTP, Gonçalo Reis, e a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco
1 Maio 2020, 16h02

“O Sindicato dos Jornalistas considera que as medidas de apoio já aprovadas para o setor são insuficientes e considera que as que vierem a ser adotadas devem concentrar-se na preservação da capacidade jornalística dos meios de comunicação social e dos trabalhadores que a asseguram, os/as jornalistas”, pode ler-se na nota enviada às redações.

Em causa está o decreto aprovado na quinta-feira em conselho de ministros que estabelece um regime excecional e temporário de compra de espaço para publicidade institucional nos media, no valor de 15 milhões de euros, e que tinha sido anunciada em 17 de abril pelo Ministério da Cultura. Desse apoio, 75% do preço contratual será investido em órgãos de comunicação social de âmbito nacional e 25% em órgãos de âmbito regional e local.

Denunciando a ameaça à profissão pela crise sanitária e pela crise laboral, o organismo garantiu também estar vigilante em relação ao recurso de diversos órgãos de comunicação social ao ‘lay-off’ simplificado. Embora tenha reconhecido que este regime aprovado pelo Governo face ao novo coronavírus “possa ser a última solução”, o SJ vincou que tal decisão “resulta na diminuição efetiva da capacidade de produção jornalística”.

“O SJ estará atento aos ‘lay-off’ no setor, exigindo uma rigorosa aplicação da lei e das regras e fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que uma medida de alívio temporária venha a servir de expediente às empresas para acentuarem a tendência de encurtar redações”, refere o comunicado do SJ, acrescentando: “Há anos que as redações se debatem com falta de jornalistas para fazerem melhor jornalismo e muito do trabalho realizado é feito em condições de precariedade laboral e financeira, que, neste contexto, se agravará”.

A propagação do novo coronavírus no país e no mundo tornou, segundo o SJ, o jornalismo “mais fundamental do que nunca” e, por isso, prestou homenagem aos jornalistas neste 1.º de maio pelo cumprimento da sua missão em tempo de pandemia.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 233 mil mortos e infetou mais de 3,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Cerca de 987 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.007 pessoas das 25.351 confirmadas como infetadas, e há 1.647 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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