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Sindicato dos médicos alerta para “situação dramática” no Centro Hospitalar de Leiria

Sindicato Independente dos Médicos alerta para falta de médicos no Hospital de Santo André em Leiria. E Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos afirma que o Serviço de Urgência do hospital de Leiria atingiu o “limite”.
22 Fevereiro 2019, 18h49

O Secretariado Regional do Sindicato Independente dos Médico (SIM/Centro), manifesta a sua maior preocupação pela ”situação dramática” em que se encontra o Hospital de Santo André em Leiria (HSA) com aumento de doentes  e diminuição da capacidade assistencial. O alerta surge numa altura em que os chefes de equipa da Urgência de Medicina Interna do HSA do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), demitiram-se em Janeiro, denunciou nesta sexta-feira, 22 de fevereiro, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes afirma que o Serviço de Urgência do hospital de Leiria atingiu o “limite” e que “só não encerra por todo o esforço dos médicos que lá trabalham”, mesmo “sem serem reconhecidos pelo Conselho de Administração [CA] do CHL”.

O SRCOM dá conta que “todos os chefes de equipa de Urgência de Medicina Interna apresentaram já a demissão, no dia 25 de janeiro, alegando a inexistência de condições essenciais ao desempenho das funções”, referiu, explicando que os médicos “não têm tempo para a chefia do serviço, nem recursos para cumprir a escala de urgência”.

“Estes médicos consideram que não têm as condições para um atendimento adequado e com qualidade para dar os doentes e apontam mesmo situações de falta de segurança para os utentes, o que é do conhecimento do CA”, revelou ainda.

Segundo o SIM, “a situação actual é dramática, com reflexo na qualidade do atendimento aos doentes”, alertando que a falta de médicos no HSA, tem como consequência o não cumprimento do preenchimento das escalas médicas, de acordo com as normas vigentes (definidas pelo Colégio de Especialidade de Medicina Interna da Ordem dos Médicos).

Acrescenta aqui que aquelas escalas quando são ”escassas condicionam um pior e mais lento atendimento aos doentes, com o consequente aumento do risco de agravamento de situações clínicas menos complicadas”.

O SIM recorda que o HSA foi projectado inicialmente para servir uma população de cerca de 250.000 utentes. E que face aos sucessivos alargamentos na sua área de influência aos concelhos de Pombal, Alcobaça e mais recentemente de Ourém/Fátima, aumentou a população por ele assistida para cerca de 430.000 habitantes/utentes.

“A este incremento no número de utentes, não correspondeu o necessário e adequado reforço de dotações financeiras e de pessoal. Ao invés verificou-se a diminuição da capacidade assistencial e o encerramento de camas nos Hospitais de Pombal e de Alcobaça, com sobrecarga sobre o HSA”, realça o SIM.

Segundo o sindicato, o acréscimo de doentes foi sendo assegurado, por um número cada vez menor de médicos, que, frisa, “descontentes/exaustos pela sobrecarga de trabalho, não reconhecimento do seu esforço pelos órgãos de gestão competentes, assédio/perseguição laboral, optaram em número crescente, por procurar melhores condições laborais noutros locais”.

Para o SIM, “a situação actual é dramática, com reflexo na qualidade do atendimento aos doentes” e sinaliza que a falta de médicos no HSA, tem como consequência o não cumprimento do preenchimento das escalas médicas, de acordo com as normas vigentes (definidas pelo Colégio de Especialidade de Medicina Interna da Ordem dos Médicos), que escassas condicionam um pior e mais lento atendimento aos doentes, com o consequente aumento do risco de agravamento de situações clínicas menos complicadas.

“Não pode o Secretariado Regional do SIM/Centro, deixar de reconhecer e louvar o trabalho dos Colegas do HSA, em prol da saúde da população que recorre a este Hospital”, realça o SIM, manifestando ainda toda a sua “solidariedade e compreensão” pelos alertas que sucessivamente têm feito chegar aos órgãos de Gestão do Hospital de Santo André, seja verbalmente, através de cartas individuais de escusa de responsabilidade clínica (pelas condições de trabalho), seja pela demissão “pouco publicitada” dos chefes de equipa de urgência deste Hospital público do Serviço Nacional de Saúde.

 

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