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Sindicato dos Motoristas volta à mesa de negociações no dia 5 de agosto para tentar evitar greve

“Há sempre a hipótese de a greve ser desconvocada, estamos sempre dispostos a negociar”, garantiu o vice-presidente do sindicato dos motoristas dos combustíveis.
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    António Pedro Santos / Lusa
1 Agosto 2019, 08h42

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) pediu uma nova reunião ao Governo para tentar evitar a greve marcada para dia 12 de agosto.

Em entrevista à RTP3, o vice-presidente do SNMMP disse que pediu “uma nova reunião ao ministério das Infraestruturas para tentar um acordo e assim evitar a greve”.

A reunião já “foi informalmente aceite pelo ministério das Infraestruturas” e deverá ter lugar na próxima segunda-feira, 5 de agosto.

“Há sempre a hipótese de a greve ser desconvocada, estamos sempre dispostos a negociar”, afirmou Pedro Pardal Henriques.

A greve de dia 12 de agosto foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), por divergências com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) em relação a exigências salariais dos motoristas.

O Governo já veio a público apelar aos portugueses a moderação do consumo de combustível durante a greve dos motoristas.

“É preciso que as pessoas tentem moderar os consumos, se evitem deslocações desnecessárias em dias de greve, é preciso encarar com alguma calma e tranquilidade. Vai causar transtornos, não temos dúvidas, mas é preciso que os portugueses reajam com maturidade”, disse o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, esta semana na RTP.

Já o ministro da Defesa, João Cravinho, garantiu que as forças armadas têm “suficientes motoristas” para transporte de combustível, numa eventual “situação de emergência”.

Vários setores económicos já pediram ao Governo por serviços mínimos. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) fez um pedido ao Governo para que a distribuição dos medicamentos e o serviço de assistência a equipamentos de análises clínicas sejam incluídos nos serviços mínimos, caso venham a ser fixados.

Já a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares pediu ao Governo para dar prioridade aos serviços mínimos para o setor alimentar, tendo em conta o “normal abastecimento de matérias-primas e de produtos alimentares”.

Por sua vez, as empresas de rent a car recordaram que na greve de abril houve casos de clientes que não conseguiram entregar o seu automóvel na loja ou levantá-lo, devido à falta de combustíveis.

“Sendo o mês de agosto uma época super alta para a atividade de rent-a-car e para o turismo nacional, as empresas poderão incorrer em prejuízos avultados”, segundo a Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC).

A Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), por seu turno, alertou que a greve “pode constituir um desastre”, pois o mês de agosto é altura da colheita de vários produtos, como por exemplo o tomate, a pera-rocha e a uva para o vinho.

Agosto é o mais com uma intensa atividade turística em Portugal. Neste âmbito, a Confederação de Turismo de Portugal (CTP) veio a público alertar para os impactos negativos da greve no turismo. “Hotéis, restaurantes, operadores, empresas de transporte, toda a cadeia de valor da atividade turística será penalizada com esta greve. E tendo em conta que o peso das receitas turísticas nas exportações de serviços é superior a 51%, os resultados deste protesto terão inevitavelmente um impacto negativo na economia portuguesa”, disse Francisco Calheiros, presidente da CTP.

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