O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) apelou ao Governo que acabe com a “propaganda”, referindo-se ao que consideram ser um “espetáculo deprimente” de governantes e assessores a “inaugurarem” a vacinação em dezenas de hospitais e lares, numa altura em que apenas um terço dos profissionais de saúde tomaram a primeira dose da vacina nos grandes hospitais e centros de saúde.
O SIM apela à proteção dos médicos e restantes profissionais de saúde e também à “transparência e seriedade, num comunicado no seu site oficial, e considera que para combater a pandemia é “fundamental” defender a saúde dos profissionais de saúde e da população em geral.
Mas o sindicato alerta para o que consideram ser a “propaganda com a vacinação” do governo, chegando mesmo a apelidar as ações nos vários hospitais como um “espetáculo deprimente”.
No comunicado, o SIM explica que menos de um quinto dos profissionais de saúde fizeram a primeira dose nas Forças Armadas, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Cruz Vermelha, misericórdias de todo o país e, quanto ao Serviço de Assistência Médico-Social (SAMS), ainda não há data prevista.
Consideram “inadmissível que numa altura em que em vários dias se ultrapassam os 10 mil casos diários, os profissionais de saúde continuem a ser colocados em risco desnecessário já que trabalham na linha da frente por todo o país”.
“O Sindicato Independente dos Médicos, consciente da escassez das vacinas, apela publicamente para que os profissionais de saúde não sejam discriminados”, lê-se no comunicado.
O SIM acrescenta ainda uma nota adicional, sublinhando que a escassez das vacinas “deveria obrigar o Governo a evitar a propaganda e concentrar-se na organização desta operação logística monumental de vacinar a população portuguesa”.
Por fim, o sindicato deixa ainda um apelo ao Ministério da Saúde, afirmando que “defender os profissionais de saúde e cumprir as normas emanadas pelo Governo é um imperativo ético porque estamos a defender os doentes e a permitir que as equipas fiquem menos depauperadas, ao invés da preocupação em fazer propaganda também à custa das vacinas”.
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