O ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, disse que a iminente reprovação do Orçamento do Estado para 2022 é um “desperdício” dos antigos parceiros parlamentares dos executivos de António Costa, apesar de “nunca uma proposta orçamental ter sido tão moldada pela intervenção dos partidos à esquerda do PS”.
“Resta-nos continuar determinados no exercício das nossas funções”, disse o governante, dizendo que “daqui a alguns anos teremos de explicar aos vindouros estes tempos estranhos” em que o Bloco de Esquerda, o PCP e o PEV terão provocado o inédito chumbo de um Orçamento do Estado, juntando os seus votos contrários ao PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal.
Siza Vieira assumiu que a consequência da reprovação do Orçamento do Estado vai gerar uma crise política e eleições antecipadas numa altura em que Portugal dispõe de recursos para modernizar a sua economia e assegurar um crescimento assente no conhecimento e na valorização do trabalho, mas também apresentou motivos para o Governo não ter aceite as alterações exigidas pelos partidos mais à esquerda para viabilizarem o documento na generalidade.
O ministro apontou a dívida excessiva como um dos fatores que obrigam o Governo a “ter especial responsabilidade” e a não avançar a um ritmo mais acelerado na concretização de propostas que têm sido exigidas pelo Bloco de Esquerda, PCP e PEV para viabilizarem o Orçamento do Estado para 2022 na votação na generalidade. “O nosso caminho é longo e qualquer passo maior do que a perna pode fazer-nos perder a credibilidade que conquistámos nos últimos anos, podendo conduzir a um aumento brusco e descontrolado dos juros da dívida pública e privada ou a uma retração do investimento de que tanto carecemos”, argumentou.
Mesmo assim, Siza Vieira acusou os antigos parceiros de ‘geringonça’ de se prepararem para chumbar o Orçamento do Estado “sob o pretexto de não ir suficientemente longe nem com maior rapidez” quando na verdade o chumbo não terá a ver com a proposta apresentada à Assembleia da República e poderá provocar um retrocesso naquilo que descreveu como uma política económica que criou “condições para um crescimento sustentado” e em que a “valorização do conhecimento deu lugar à desvalorização do trabalho” atribuída à anterior governação de centro-direita.
Contrapondo a “triste nação em que o chefe do Governo convidava os cidadãos a emigrar”, Siza Vieira enumerou resultados dos seis anos de governação socialista, incluindo o aumento das exportações, a atração de investimento estrangeiro e a recapitalização das empresas portuguesas.
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