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Sobrinho Simões: “Iremos morrer de velhice e não de cancro”

Na conferência da Unicâmbio, António Tavares, da Santa Casa da Misericórdia do Porto, denunciou “as democracias iliberais europeias em que os estados deixaram de ter preocupações sociais”, ao passo que José Silva Peneda denunciou uma “Europa à beira do precipício, dividida e sectária” e “sem pensamento geopolítico comum.”
15 Novembro 2019, 18h23

O médico patologista Manuel Sobrinho Simões defendeu, na 3ª Conferência de Outono da Unicâmbio, que “um dos grandes problemas do futuro será: o que fazer com os corpos dos mortos e dos vivos? É que – garantiu – a ciência acabará com as doenças e, em particular, com o cancro e isso levará a que as pessoas não morrerão doentes mas muito velhinhas vítimas de demência, ataque cardíaco ou insuficiência respiratória.”

A iniciativa que decorreu ontem, na Porto Business School, reuniu Sobrinho Simões, Paula Teles, António Tavares, José Silva Peneda e Patrícia Lopes, para discutirem os ‘Os grandes desafios mundiais: como reagirão a Europa e Portugal?’

Num debate em que foram ainda discutidos temas da atualidade como as desigualdades, o setor social, a intolerância e a solidão, António Tavares, da Santa Casa da Misericórdia do Porto, denunciou “as democracias ‘iliberais’ europeias em que os estados deixaram de ter preocupações sociais.”

José Silva Peneda, ex-ministro do Emprego e da Segurança Social e atual assessor do ex-presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, denunciou uma “Europa à beira do precipício, dividida e sectária” e “sem pensamento geopolítico comum.”

A 3ª Conferência de Outono da Unicâmbio encerrou mesmo com o esboço de um novo regime: a democracia iliberal.

Paula Teles, presidente e fundadora do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, alegou que “os transportes já não são um problema de mobilidade mas de ameaça à saúde pública”, destacando os problemas respiratórios devido ao excesso de partículas no ar. Paula Teles sublinhou que a oferta de transportes públicos não chega para a procura, o que não incentiva o abandono do uso do automóvel.

A Unicâmbio, a agência de câmbios mais antiga de Portugal, assumiu o compromisso de realizar todos os anos, sempre em parceria com uma Escola de Economia e Gestão, a sua Conferência de Outono. Este ano, a instituição de pagamento foi além da área financeira, abrindo o debate a um leque de temas mais abrangente que procura ir de encontro aos grandes desafios globais do futuro próximo.

 

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