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Sonae brilha numa sessão afetada pelo discurso do chefe do governo italiano

A Europa abriu no verde mas inverteu a tendência com declarações vindas de Itália a criarem receio quanto ao aumento imprudente das despesas públicas.
  • Hugo Correia/Reuters
5 Junho 2018, 17h08

Pode dizer-se que a sessão prometia ser animada, com os índices europeus no verde, mas o discurso do primeiro-ministro italiano travou os ímpetos dos investidores.

O BCP subiu 0,22% para 0,2678 euros, devido à revisão em alta pelo Deutsche Bank, que recomenda a compra das ações. A casa de investimento atribui um preço-alvo de 0,33 euros às ações do banco e elevou a recomendação para buy, considerando ser uma “boa oportunidade”.

A informação difundida pela MTrader acrescenta que de acordo com a avaliação  do Deutsche Bank o BCP parece atrativo relativamente aos seus pares na banca Ibérica, transacionando a um PER de 7,3x os resultados que se estima para 2020 (o que compara com 8,1x da Banca espanhola e as 8,7x do setor na Europa). A avaliação tem também em conta a “redução consistente dos NPEs, e de forma mais célere que o previsto”.

As maiores subidas acabaram por caber ao grupo Sonae, numa altura em que o  grupo retalhista anda em roadshow pelos investidores com vista a um IPO da área do retalho.

As ações da Sonae subiram 1,72% para 1,064 euros e as da Sonae Capital subiram 1,82% para 0,95 euros. Destaque também para a Corticeira Amorim que subiu 1,05%.

Nas quedas lideraram a Mota Engil (-1,47%), que corrigiu ganhos de ontem, e a Jerónimo Martins que perdeu 1,42% para 13,5 euros por ação.

Noticias divulgadas pela imprensa polaca dão conta que a retalhista nacional, que tem na Polónia através da Biedronka a sua maior fatia de receitas, terá apresentado a melhor proposta pela cadeia de lojas Piotr i Pawel, superando a oferta da rival Auchan. Mas entretanto o CEO da Piotr i Pawel, Robert Krzak, terá falado com a Bloomberg por telefone e desmentido que a retalhista nacional tenha apresentado a proposta mais elevada, referindo que ainda não foi escolhido o comprador.

A cadeia de supermercados Piotr i Pawel terá cerca de 140 lojas na Polónia, diz o Millennium Investment Banking.

O PSI 20 fechou na linha de água com um ganho de 0,01% nos 5.584,67 pontos.

A Europa abriu no verde mas inverteu a tendência “com declarações vindas de Itália a criarem receio quanto ao aumento imprudente das despesas públicas. Vemos assim as yields italianas a subirem e cria-se o receio de contágio ao mercado europeu novamente”, diz a gestora do XTB, Carla Santos referindo-se ao facto de os juros italianos estarem a subir 25,1 pontos base para 2,789%; de Portugal ter os juros subirem 9,3 pontos base para 1,855%, Espanha também com juros soberanos a subir 6,6 pontos base para 1,396% e Alemanha a servir de refúgio vê os juros descerem 4,9 pontos base para 0,369%.

A Europa assistiu a um comportamento misto das suas praças. O índice global EuroStoxx 50 caiu 0,29% ficando nos 3.459,44 pontos. França também em queda com o seu CAC 40 a perder 0,22% face à sessão de ontem. Mas o Dax alemão subiu 0,13% para 12.787,13 pontos.

Madrid também registou uma queda do seu índice bolsista de 0,53% para 9.698,7 pontos e Itália registou a maior queda ao descer 1,11% para 21.765,31 pontos. O discurso do primeiro-ministro italiano inquietou os mercados coma defesa do “populismo”.

A bolsa da city de Londres também fechou em queda (-0,70%) com o FTSE 100 a chegar aos 7.686,8 pontos.

Este foi o comportamento das bolsas após a revelação de que a atividade global na região da moeda única contraiu pelo quarto mês consecutivo em maio.

Em termos macroeconómicos ficou conhecido que em maio de 2018, o PMI (Purchasing Managers’ Index) nos Serviços da Zona Euro registou, um valor de 53,8 pontos, menos 0,9 pontos face ao valor registado no mês precedente, revela a Markit.

Este é o valor mais baixo registado em 16 meses. O Índice encontra-se, assim, acima do limiar da neutralidade (50,0 pontos).

Destaque ainda para para o facto de o PMI em maio da Alemanha estar em 52,1, o que é um mínimo de 20 meses, e o facto de o PMI de Espanha ter ficado em maio nos  56,4 pontos, o que é o máximo de 3 meses.

Noutros mercados, o petróleo no mercado de Londres cai 1,26% para 74,34 dólares, ao contrário o West Texas dos EUA sobe 0,11% para 64,82 dólares o barril.

Segundo Carla Santos, gestora da XTB, “oO petróleo é dos activos que mais desvaloriza no dia de hoje com o presidente Donald Trump a pedir à OPEP para aumentarem a produção e diz que não vai permitir que os preços se mantenham tão altos. Esta declaração indica o potencial de desvalorização do preço do barril de petróleo nos próximos dias e com toda a certeza que os stocks de petróleo vão estar em sintonia com a visão do presidente dos EUA. A nível técnico o próximo suporte do crude está nos 62 dólares”.

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