O PSI 20 caiu 0,87% para 4.916,7 pontos graças à hecatombe da Sonae que um dia após a apresentação de resultados do terceiro trimestre caiu -5,42% para 0,82 euros. Apesar dos lucros da Sonae SGPS de 200 milhões terem sido superiores em mais de 50% face ao ano anterior e terem superado as expetativas dos analistas, tendo beneficiado da aquisição de 20% da Sonae Sierra , a verdade é que os investidores penalizaram o título. O que pode ser explicado pelo facto de João Dolores, Chief Corporate Center Officer, ter dito que o grupo não tem planos para avançar com o IPO da Sonae MC no curto prazo devido às condições de mercado. O CFO afirmou aos analistas que a Sonae SGPS não tem planos para avançar com o programa de recompra de ações, segundo revela o analista do BCP, Ramiro Loureiro na sua análise.
A dívida líquida da Sonae subiu para 1,5 mil milhões de euros, subida que a empresa atribui à compra de 20% da Sierra, que custou 256 milhões de euros. Neste trimestre já consolidou a dívida total da Sierra.
O outro título em queda foi o da Pharol (-4,58%), a empresa que pôs uma ação contra a Oi a pedir uma indemnização de 2 mil milhões admite por novas ações contra a empresa brasileira e os seus acionistas.
A Corticeira Amorim caiu -3,09% para 9,090 euros; a Jerónimo Martins deslizou -2,27% para 10,525 euros; a Altri perdeu -2,12% para 6,940 euros; a Mota-Engil caiu -1,95% para 1,612 euros (no dia em que anunciou que reforçou a sua carteira de encomendas em cerca de 192 milhões de euros, aumentando para 500 milhões de euros o volume de novas obras acrescidas à carteira da região da América Latina no segundo semestre do ano).
A Mota Engil informou sobre a adjudicação de um contrato público para a realização do projeto, da construção e da operação assistida de uma estação elevada de águas residuais na região de Canoas, Colômbia. Este contrato ascende a 100 milhões. O projeto e a construção terão um prazo de execução de 44 meses e a operação assistida decorrerá durante um prazo de 6 meses.
A Semapa também em terreno negativo caiu -1,73% para 14,80 euros.
Dos 16 títulos do PSI 20 só a Sonae Capital (+2%) e a Galp Energia (+1,69%) fecharam em terreno positivo.
Os mercados de ações europeus encerraram em queda, com o ambiente político no Reino Unido a preocupar os investidores. Isto porque apesar da luz verde dada para avançar com o Brexit por parte do conselho de ministros, Theresa May viu alguns representantes do Governo pedirem a sua demissão “o que está a provocar uma depreciação acentuada da Libra”, dizem os analistas.
Portanto foi dado um passo importante em relação ao Brexit, com a aprovação do governo de May ao acordo de saída da UE. Mas falta a aprovação do Parlamento, onde a tarefa se adivinha mais complicada.
O FTSE 100 foi o único índice em alta (+0,06% para 7.038 pontos). Quem está a sofrer fortemente com a aproximação do Brexit é a bolsa da Irlanda que teve uma queda de 3,83% para os 5.957 pontos.
Theresa May insiste no acordo com a União Europeia porque acredita que “é o que está certo e o que cumpre o interesse nacional”. Mas a primeira-ministra britânica corre o risco de uma moção de censura, sendo precisas 48 cartas para que o processo vá em frente.
O índice global EuroStoxx 50 caiu 0,47% para 3. 190,3 pontos; o Dax alemão desceu 0,52% para 11.353,7 pontos; o CAC 40 caiu 0,70% para 5.033,6 pontos. Itália também viu a bolsa cair 0,90% para 18.905,4 pontos e o Ibex de Madrid caiu 0,36% para 9.073,5 pontos.
Segundo o analista do MTrader, Ramiro Loureiro “a nível europeu, as valorizações dos setores Energético e de Recursos Naturais ainda atenuaram as quedas, mas Viagens & Lazer, Serviços Financeiros e Retalho estiveram entre as quedas setoriais acima dos 2%”.
O setor Auto também cai nas bolsas europeias perante a divulgação de uma queda nas vendas na União Europeia em outubro.
Em outubro de 2018, as vendas no mercado automóvel diminuíram 12,2% em Portugal e 7,3% na União Europeia, em termos homólogos.
O petróleo valoriza 1,18% para 66,9 dólares no mercado de Londres ao passo que o crude WTI nos EUA sobe 0,85% para 56,73 dólares.
O mercado de dívida vê os juros alemães melhorarem ao caírem 3,8 pontos base para 0,36%. Itália, Espanha e Portugal em sentido contrário vêm a dívida subir no mercado secundário. A yield italiana sobe 0,3 pontos base para 3,493%; a espanhola sobe 1,3 pontos base para 1,631% e Portugal vê os juros agravarem 0,6 pontos base para 1,969%.
O euro valoriza face ao dólar 0,14% para 1,1326 dólares.
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