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Sondagem: mais de metade dos portugueses dizem que o pior da Covid-19 está para chegar

Utilizar transportes públicos é considerado muito arriscado por 63% daqueles que responderam aos entrevistadores do ISCTE e ICS. Mas também ir à praia ou ao local de trabalho ou de ensino mete medo aos portugueses.
16 Maio 2020, 10h29

Mais de metade (57%) dos inquiridos numa sondagem realizada pelo ISCTE e pelo ICS para o “Expresso” e para a SIC acreditam que os piores problemas causados pela pandemia de Covid-19 ainda vêm a caminho, enquanto apenas 27% dizem que o pior já passou. De igual modo, 53% das pessoas revelam preocupação com o calendário do levantamento das restrições, considerando que não se esteja a esperar o tempo suficiente, sendo 37% os que pensam que o processo está a demorar demasiado tempo.

A sondagem revela que os portugueses têm medo do regresso à “vida normal” com o aliviar das medidas de desconfinamento, sendo 49% aqueles que admitem ter receio de ir ao local de trabalho ou de estudo, com 17% a acreditarem que isso é muito arriscado. No entanto, o receio é muito maior no que diz respeito à utilização de transportes públicos (89%, com 63% a responderem que isso é muito arriscado), idas a hospitais e centros de saúde (83%), frequência de cafés e restaurantes (81%) e mesmo compras em hipermercados, mercados e centros comerciais (79%).

Também a ida à praia inquieta os portugueses, com 69% a considerarem essa atividade algo ou muito arriscada, sendo o grau mais elevado de receio partilhado por 39% daqueles que participaram na sondagem do ISCTE e do ICS. Ir a um banco, aos correios ou a uma repartição pública (65%) ou ir a uma mercearia ou loja de comércio tradicional (59%) também é encarado como uma atividade de risco por grande parte dos portugueses.

Quanto ao grau de preocupação com a saúde pública, 60% dos inquiridos estão muito preocupados e 31% algo preocupados, sendo extremamente minoritários os 6% pouco preocupados e 2% os nada preocupados. E ainda maior é a preocupação com a situação económica e financeira decorrente da pandemia: 75% dos portugueses estão muito preocupados, 19% algo preocupados, 4% pouco preocupados e 1% nada preocupados.

Menores são as preocupações quanto às liberdades e direitos cívicos, pois 10% dos inquiridos disseram estar nada preocupados e 24% pouco preocupados. Ainda assim, 34% admitiram estar algo preocupados e 31% disseram-se muito preocupados com os efeitos da pandemia de Covid-19.

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