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S&P mantém ‘rating’ de Moçambique em ‘default’

Na revisão do ‘rating’, a S&P explica que não existe uma perspetiva de evolução do ‘rating’ porque a atribuição de uma avaliação de SD implica um facto – o incumprimento financeiro – e não uma opinião sobre a capacidade do Governo pagar as suas dívidas no futuro.
  • Mike Hutchings/Reuters
8 Fevereiro 2018, 09h44

A agência de notação financeira Standard & Poor’s anunciou esta quinta feira que decidiu manter o ‘rating’ de Moçambique em Incumprimento Seletivo, na sequência das sucessivas faltas de pagamento das prestações da emissão de dívida soberana de 2016.

“Mantemos o nosso ‘rating’ de longo prazo e o ‘rating’ de curto prazo para emissões de curto prazo em moeda estrangeira em SD [‘Selective Default’, no original em inglês], e estamos também a reafirmar o nosso ‘rating’ de B- de longo prazo e B para emissões de dívida soberana de curto prazo em moeda local”, escrevem os analistas da S&P.

Na revisão do ‘rating’, a S&P explica que não existe uma perspetiva de evolução do ‘rating’ porque a atribuição de uma avaliação de SD implica um facto – o incumprimento financeiro – e não uma opinião sobre a capacidade do Governo pagar as suas dívidas no futuro.

“É provável que reavaliemos o ‘rating’ de Moçambique para emissões em moeda estrangeira depois de a reestruturação estar completada, embora o prazo não seja ainda claro”, dizem os analistas, vincando que consideram que o país vai honrar os compromissos internos.

“Acreditamos que é provável que Moçambique não vá incorporar a dívida em moeda nacional em qualquer acordo de reestruturação, e que vai continuar a honrar a dívida emitida em meticais”, lê-se no relatório de avaliação do ‘rating’ soberano moçambicano.

A Perspetiva de Evolução para as emissões em moeda nacional, a que Moçambique tem recorrido para se financiar no mercado local, é Estável, o que significa que a S&P não antevê qualquer mudança no ‘rating’ de B- para emissões de longo prazo e de B para emissões de curto prazo, ambas abaixo da recomendação de investimento, ou ‘lixo’, como é normalmente referido.

A S&P alerta, no entanto, que “a pressão pode aumentar sobre o ‘rating’ da moeda local se a dívida em meticais for incluída em qualquer oferta de troca de dívida” no âmbito do acordo com os credores da dívida soberana de 727,5 milhões de dólares lançada em abril de 2016 ou com os credores dos cerca de 1,4 mil milhões de dólares em empréstimos à Proinidicus e à Mozambique Asset Management.

Para além disso, a S&P diz também que o ‘rating’ pode também ser pressionado “caso as condições monetárias piorem, diminuindo a capacidade do setor doméstico absorver a dívida, ou se as condições políticas se deteriorarem”.

Ainda assim, os analistas afirmam que “não é expectável um aumento do ‘rating’ da moeda local durante o próximo ano”.

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