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S&P projeta crescimento da economia portuguesa de 4,8% este ano

A agência de notação financeira diz que o principal determinante do desempenho económico será Portugal irá conseguir cumprir a meta de vacinar 70% da população adulta até 31 de agosto, permitindo uma recuperação do consumo privado. Os analistas estimam que os fundos da União Europeia irão impulsionar o investimento em relação ao PIB em até cinco pontos percentuais até 2026. 
16 Março 2021, 18h15

A equipa de research da agência de notação financeira S&P está menos otimista sobre a recuperação portuguesa para este ano face a setembro, projetando uma expansão do PIB de 4,8% e um défice de 4,7%. Porém, prevê que o Plano de Recuperação e o próximo Quadro Financeiro Plurianual impulsionem o crescimento médio do PIB de 2022-2024 para cerca de 4% ao ano.

A S&P não se pronunciou na sexta-feira passada sobre o rating de Portugal, conforme agendado, mas num relatório aos investidores a que o Jornal Económico teve acesso, datado de 15 de março, a agência corta as projeções de crescimento de 6,2% divulgadas em setembro.

“O principal determinante do desempenho económico para 2021 será se as autoridades públicas irão conseguir cumprir a meta de vacinar 70% da população adulta até 31 de agosto, permitindo uma recuperação do consumo privado, que representa dois terços do PIB”, diz o relatório.

Os analistas indicam que após um início lento, a recuperação económica de Portugal deverá iniciar-se no segundo trimestre, com os fundos da União Europeia susceptíveis de impulsionar o investimento em relação ao PIB em até cinco pontos percentuais até 2026. Prevê assim que os fundos europeu impulsionem o crescimento médio do PIB de 2022-2024 para cerca de 4% ao ano, destacando ainda o impacto da política monetária do BCE, nomeadamente no custo da emissão de dívida, que foi no ano passado de 0,5% “ou cerca de 200 pontos base abaixo do custo médio de todo o stock da dívida no final de 2019”.

Segundo as projeções da S&P, o défice orçamental deverá fixar-se em 4,7% do PIB este ano, “uma vez que a receita beneficia da recuperação e os programas de apoio têm metas mais restritas”. Neste sentido, salienta que a recuperação do crescimento e a redução do défice orçamental devem reduzir a dívida líquida de Portugal face ao PIB para 120% do PIB no final de 2021, face a 121,6% no final de 2020.

A agência que avalia atualmente o rating de Portugal em “BBB”, com perspetiva “estável”, justifica que o outlook reflete a visão “de que o apoio orçamental e monetário a nível europeu irá compensar um choque de um a dois anos na economia e nas Finanças públicas de Portugal, devido à pandemia”.

“Na nossa opinião, o compromisso das autoridades portuguesas com políticas pró-crescimento e finanças públicas prudentes irá sobreviver a uma recessão global abrupta e sincronizada”, pode ler-se no relatório.

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