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Subaproveitamento no mercado de trabalho pode ter maior impacto na inflação que esperado, admite Draghi

Presidente do BCE reafirmou assim a necessidade de manter o programa de compra de ativos da zona euro, atualmente planeado até setembro, a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros.
  • Armando Babani/EPA/Lusa
26 Fevereiro 2018, 16h42

A folga económica na zona euro poderá sair mais que o esperado, limitando a capacidade de a inflação se mover na rota desejada pelo Banco Central Europeu (BCE), segundo o presidente da instituição. Numa audição no Parlamento Europeu, esta segunda-feira, Mario Draghi falou da folga no mercado de trabalho, ou seja, o subaproveitamento da mão-de-obra.

“Dada a incerteza que rodeia a medição da folga económico, a verdadeira quantidade poderá ser maior que o estimado, o que poderá atrasar a emergência das pressões nos preços”, afirmou Draghi, na audição. “Isto é particularmente visível no mercado de trabalho”, disse.

“Apesar disso, estes fatores deverão apaziguar à medida que a expansão económica continue e o desemprego diminua”, afirmou. “Olhando para o futuro, esperamos que a inflação subjacente continue o ajustamento gradual ascendente, suportado pelas nossas medidas de política monetária”.

O presidente do BCE reafirmou assim a necessidade de manter o programa de compra de ativos da zona euro, atualmente planeado até setembro, a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros.

As declarações acontecem ainda numa altura em que vários economistas por todo o mundo questionam a relação tradicional entre crescimento económico e inflação. Apesar de a subida dos preços continuar a falhar a meta do BCE – próxima, mas abaixo de 2% -, Draghi mantém o discurso de confiança na inflação.

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