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Subida dos preços de petróleo: “Não vai haver nenhuma tragédia nos preços dos combustíveis em Portugal”

As petrolíferas em Portugal rejeitam aumentos significativos do preço do combustível nas bombas devido à subida do petróleo nos mercados internacionais, em consequência do ataque a instalações petrolíferas na Arábia Saudita. Uma subida de 10% do preço de petróleo nos mercados internacionais esta semana, teria um impacto de 2% nos preços dos combustíveis em Portugal na próxima semana, segundo contas da Apetro.
16 Setembro 2019, 14h01

As petrolíferas a operar em Portugal rejeitam que os preços dos combustíveis no mercado nacional venham a subir uma subida abrupta devido ao disparar dos preços do petróleo nos mercados internacionais.

O barril de petróleo Brent, a referência para Portugal, atingiu esta segunda-feira, 16 de setembro, os 10,79% para 66,72 dólares, depois de duas instalações petrolíferas na Arábia Saudita terem sofrido um ataque no sábado, provocando a redução de 5,7 milhões de barris na produção diária do maior exportador mundial de petróleo.

“Uma coisa é certa: hoje em dia os mercados internacionais estão mais bem apetrechados para lidar com este tipo de choques. Não haverá nenhuma crise de abastecimento, não vai faltar petróleo no mercado, mas é óbvio que isto causa nervosismo nos mercados financeiros e era natural que houvesse uma subida de preços hoje. Queremos acreditar que não será muito duradoura e que se irá esbater ao longo dos próximos dias e não venhamos a sofrer um impacto muito grande”, disse hoje o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro).

“O crude não pesa mais que 20% no preço final dos combustíveis, portanto, significaria 2% de impacto [no caso de uma subida de 10% do barril de petróleo]. A haver um ajustamento de preço será um ajustamento na ordem de grandeza daqueles que estão habituados a ver nas descidas e subidas semanais. Não vai haver nenhuma tragédia em termos de subida dos preços dos combustíveis”, garantiu António Comprido à margem da apresentação de um estudo da Apetro.

Donald Trump já veio a público avisar que os Estados Unidos estão preparados para atacar o autor do ataque, que foi reivindicado por um grupo de etnia Houthi do Iémen. Já o ministro dos Negócios Estrangeiros norte-americano, Mike Pompeo, revelou que os EUA acreditam que o Irão foi o autor do ataque. Em resposta, Teerão negou o ataque, garantindo que está preparado para a guerra.

No entanto, somente na próxima segunda-feira é que vai ser possível avaliar o impacto da subida do preço do crude nos mercados, pois os preços de uma determinada semana são calculados com base na cotação do barril na semana anterior.

“Pelo regime de funcionamento em Portugal, em que os preços de venda ao público refletem as cotações da semana anterior, vamos ter que esperar pela evolução das cotações ao longo desta semana para termos uma noção do que acontecerá na próxima semana”, explicou o responsável da Apetro.

“É evidente que qualquer situação que perturbe o normal funcionamento de um sistema, é sempre preocupante. É um mercado volátil, reage-se fortemente: basta um tuit, basta qualquer coisa que um responsável político diga, basta uma reunião que se esperava que saísse uma coisa e sai outra. Queremos acreditar que isto se irá esbater nos próximos dias, que a situação normalizará e que não virá nem crise de fornecimento de energia para o pais, nem sequer um impacto altamente perturbador nas nossas algibeiras enquanto consumidores de gasolina e de gasóleo”, afirmou António Comprido.

https://jornaleconomico.pt/noticias/petroleo-regista-a-maior-subida-desde-a-guerra-do-golfo-em-1991-depois-de-ataques-a-arabia-saudita-490188

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