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“Surpresa positiva” no primeiro trimestre anima Bruxelas: economia da zona euro deverá crescer 1,2% este ano

Comissão Europeia mantém estimativa de crescimento da zona euro de 1,2% este ano, ainda que reveja em baixa ligeira a projeção para o próximo ano. Crescimento no início deste ano beneficiou de fatores temporários, “que permitem compensar as perspetivas para o resto do ano” que são “mais ténues”.
10 Julho 2019, 10h16

A Comissão Europeia mantém a estimativa de crescimento de 1,2% para a economia da zona euro este ano, apesar dos riscos externos. Nas “Previsões de verão”, divulgadas esta quarta-feira, o executivo comunitário revê, no entanto, em baixa ligeira as projeções de crescimento para o próximo ano para 1,4%, menos 0,1 ponto percentual (p.p.) do que nas estimativas de primavera.

“A relativa estabilidade na perspetiva de crescimento anual em comparação com [as previsões de] primavera, entretanto, mascara um enfraquecimento nas perspetivas de crescimento de curto prazo que compensam a surpresa positiva de crescimento no primeiro trimestre”, justifica a Comissão Europeia. “A debilidade do setor da indústria transformadora, se perdurar, e a menor confiança das empresas, podem vir a repercutir-se noutros setores e afetar as condições do mercado de trabalho, o consumo privado e, em última análise, o crescimento”.

Já para o crescimento do PIB da União Europeia, a estimativa de Bruxelas mantém-se em 1,4% este ano e 1,6 % em 2020.

“A economia europeia continua a expandir-se num contexto mundial difícil. Todos os países da UE deverão continuar a crescer tanto em 2019 como em 2020, uma vez que o dinamismo do mercado de trabalho apoia a procura”, refere Pierre Moscovici, comissário responsável pelos Assuntos Económicos e Financeiros, Fiscalidade e União Aduaneira. No entanto, deixou o alerta: “atendendo aos inúmeros riscos para as perspetivas futuras, devemos redobrar esforços para incrementar a resiliência das nossas economias, bem como da área do euro no seu conjunto”.

A Comissão Europeia volta a reforçar, no relatório, que as  que “as perspetivas a curto prazo para a economia europeia são incertas devido a fatores externos, incluindo a grande incerteza política e as tensões comerciais à escala mundial”.

“Estes fatores têm continuado a afetar a confiança do setor da indústria transformadora, que é o setor com maior exposição ao comércio internacional, devendo assim enfraquecer as perspetivas de crescimento para o resto do ano”, refere o relatório de Bruxelas. Frisa, ainda, que os riscos para as perspetivas económicas da economia mundial permanecem “extremamente interligados” e “sendo sobretudo de índole negativa”.

“Um confronto económico alargado entre os Estados Unidos e a China, juntamente com uma maior incerteza quanto à política comercial norte-americana, poderia prolongar os efeitos do atual abrandamento que se faz sentir a nível do comércio e do setor da indústria transformadora à escala mundial e afetar outras regiões e setores”, sublinha. O executivo comunitário realça ainda que as tensões no Médio Oriente poderá traduzir-se em aumentos significativos dos preços do petróleo e que o Brexit “continua a ser uma importante fonte de incerteza”.

(Atualizado às 10h37)

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