As alterações climáticas são uma realidade e raros serão os cidadãos contemporâneos que não se mostram preocupados com os desafios que as mesmas colocam. Mas como compreender o que se está a passar e contribuir de modo esclarecido para a sua mitigação?
A 1ª edição da “Sustentar” conta com organização e produção da Plataforma Ci.CLO, e coloca em diálogo seis artistas com seis iniciativas que foram ou estão a ser implementadas em Portugal: Transição agroecológica (Câmara Municipal de Mértola), POCITYF (Câmara Municipal de Évora), Setúbal Preserva bairros do Grito do Povo e dos Pescadores (Câmara Municipal de Setúbal), LIFE Montado-Adapt (EDIA), Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira (Câmara Municipal de Loulé) e Núcleo Museológico do Sal (Câmara Municipal da Figueira da Foz).
Das residências artísticas que tiveram lugar nos vários territórios, feitas de encontros e de olhares atentos aos reptos sociais e ecológicos, resultaram os trabalhos agora em itinerância. Na sua primeira paragem, Mértola, dois espaços acolhem as visões dos artistas convidados a participar no “Sustentar”.
Evgenia Emets apresenta o filme Arte de Sombrear o Sol na Casa das Artes Mário Elias, onde aborda as “alterações climáticas, a transição agroecológica e a agricultura sintrópica em Mértola como uma possibilidade de adaptação ao cenário de severa escassez de água”. O filme passa-se em 2121 e dá-nos a perspetiva do planeta Terra.
Galeria do Castelo é o outro epicentro da 1ª edição do “Sustentar” em Mértola. É aqui que se encontram os trabalhos de Elisa Azevedo, Em Plena Luz, que explora a “integração de sistemas inovadores de captação de luz solar” para tornar a zona histórica de Évora autossustentável do ponto de vista energético; de Margarida Reis Pereira, Hoje, Translúcido, que estabeleceu diálogos e pontes com as comunidades dos bairros do Grito do Povo e dos Pescadores, através de estratégias visuais, com vista a representar as suas memórias e identidade; e de Maria Oliveira, De Vagar o Mar, que viaja ao mundo antigo num túnel do tempo rasgado nas salinas da Figueira da Foz.
Os encontros na Galeria prosseguem com Nuno Barroso e o “seu” Geoparque. “Nele está contida uma história da Terra e a história de um território singular – o Algarve. Há a beira-mar, o barrocal e a serra. Todos interligados horizontalmente numa série de camadas sobrepostas”. Sam Mountford, em O Leito do Rio, centra-se nas dimensões culturais, sociais e ecológicas dos Montados ibéricos, assim como na resiliência deste território face às consequências das alterações climáticas.
Os trabalhos têm curadoria de Krzysztof Candrowicz, Pablo Berástegui e Virgílio Ferreira. No itinerário da exposição estão ainda os municípios parceiros da 1ª edição do projeto “Sustentar”, como a aldeia da Luz, Évora, Figueira da Foz, Loulé e Setúbal.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com