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TAP aumentou em 50% número de passageiros no Porto desde 2015

Depois das críticas feitas pelo autarca do Porto, a companhia aérea disse que tem apostado nos voos para a invicta nos últimos anos. Sem contar com o efeito da ponte aérea, o número de passageiros da TAP no aeroporto Sá Carneiro aumentou em 30%.
  • António Pedro Santos/Lusa
24 Junho 2020, 08h13

A TAP respondeu no Parlamento às críticas feitas pelo autarca do Porto. A companhia aérea apontou que o número de passageiros transportados a partir de/rumo à cidade invicta tem vindo a aumentar nos últimos anos.

Entre 2015 a 2019, a TAP cresceu 50% no número de passageiros no Porto, num total de 25.614 voos e 2,448 milhões de passageiros. Em comparação, o número de passageiros entre 2010 e 2014 cresceu 2%, segundo os dados apresentados pela empresa no Parlamento na terça-feira.

Sem contar com os voos da ponte aérea entre Lisboa e Porto, criada em março de 2016, o crescimento de passageiros da TAP no aeroporto Sá Carneiro foi de 30%.

O presidente executivo da TAP foi ouvido na terça-feira na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, por requerimento do PS e do PSD.

Analisando estes dados, o presidente da comissão executiva da TAP apontou que o “crescimento no Porto foi expressivo desde a privatização”, que teve lugar em 2015. “Temos um carinho especial pelo Porto”, afirmou Antonoaldo Neves.

O gestor garantiu que “não houve nenhum intenção de desconsiderar nenhuma região do pais”, argumentando que as “rotas da TAP não são definidas pelo CEO ou CFO”.

“Temos uma equipa de 200 profissionais que fazem recomendações com base em análises. No ambiente atual o que nos buscamos preservar ao máximo e a sustentabilidade da empresa”, explicou Antonoaldo Neves.

As declarações do presidente executivo da TAP foram feitas horas antes de o Supremo Tribunal Administrativo ter decidido aceitar “liminarmente” a providência cautelar colocada pela Associação Comercial do Porto e que paralisa temporariamente a injeção de capital por parte do Estado na companhia aérea portuguesa TAP, conformou avançou o jornal Expresso na terça-feira.

Resposta a críticas de Rui Moreira

O gestor respondeu assim ao autarca do Porto que teceu duras críticas à companhia aérea quando anunciou a retoma dos voos no final de maio.

“Não tentemos por um momento ocultar a realidade. A realidade é simples: A TAP está a tentar impor um confinamento ao Porto e ao norte”, disse Rui Moreira a 26 de maio, quando a empresa anunciou que iria realizar três ligações por dia em julho.

O plano previa 27 ligações semanais a partir de junho e 247 a partir de julho, a maioria a partir de Lisboa.

“O Porto, Trás-os-Montes, o Douro e o Minho, e a parte norte da região centro, também fazem parte de Portugal”, afirmou então o edil.

Este plano de rotas gerou muita polémica. O primeiro-ministro veio a público no final de maio dizer que não fazia sentido estar a avançar com planos de retoma numa altura em que ainda não haviam datas para a reabertura de fronteiras ou de voos.

“Não tem credibilidade qualquer plano de rotas definido pela TAP, sem a prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras definida pela República Portuguesa”, disse António Costa a 27 de maio.

Também o Presidente da República disse nesse dia que “acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto”.

No próprio dia, o conselho de administração da TAP anunciou que iria “ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera”.

https://jornaleconomico.pt/noticias/rui-moreira-tap-esta-a-tentar-impor-um-confinamento-ao-porto-e-ao-norte-593117

 

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