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TAP: Conselho de administração diz que avisou comissão executiva que polémico plano de retoma de voos não era “adequado”

Miguel Frasquilho disse hoje que a comissão executiva liderada por Antonoaldo Neves foi alertada várias vezes pelo conselho de administração para a insuficiência do plano de retoma de voos que foi muito criticado pelo autarca do Porto, primeiro-ministro e Presidente da República.
24 Junho 2020, 12h12

O presidente do conselho de administração (CA) da TAP disse hoje que avisou a comissão executiva  para os riscos do plano de retoma de voos, antes deste ser divulgado publicamente. Este polémico plano foi depois muito criticado pelo primeiro-ministro, presidente da República e autarca do Porto por dar uma maior primazia às rotas do Porto.

“As rotas são competência da comissão executiva. O CA alertou em algumas ocasiões para o que não nos parecia ser adequado na tomada de decisão do CE. É sabido a reação do país quanto a este plano de rotas”, afirmou hoje Miguel Frasquilho no Parlamento.

“Alertámos antes para a possibilidade do clamor que se levantou, poder vir, de facto, a ser uma realidade. Por vezes, é difícil passar uma mensagem antes das coisas acontecerem”, sublinhou. “Parecia nos adequado que a TAP pudesse contribuir à sua escala para uma recuperação mais harmoniosa e adequada do país”.

O chairman da TAP avançou que o administrador Bernardo Trindade foi mandatado pelo CA para ter um “conjunto de reuniões com os stakeholders de várias regiões do país”

O chairman avançou que depois de ser conhecido o polémico plano de retoma das rotas da TAP, que foi criticado por vários atores da região norte por ter muito mais voos para Lisboa, a companhia aérea teve várias reuniões com “parceiros do norte do pais” de vários setores, incluindo com a Associação Comercial do Porto que “esteve nessas reuniões”, e que interpôs uma providência cautelar para tentar travar a injeção de liquidez de 1.200 milhões de euros.

“Fiquei surpreendido com esta iniciativa da Associação Comercial do Porto”, disse hoje Miguel Frasquilho no Parlamento.

“Se houve mensagem que foi passada nessas reuniões foi que o CA da TAP se iria esforçar numa logica sustentável, iria repor os níveis de atividade pré-Covid”, avançou na comissão parlamentar de economia.

O Supremo Tribunal Administrativo decidiu na terça-feira aceitar “liminarmente” a providência cautelar colocada pela Associação Comercial do Porto e que paralisa temporariamente a injeção de capital por parte do Estado na companhia aérea portuguesa TAP, conformou avançou o jornal Expresso na terça-feira.

Miguel Frasquilho anunciou hoje no Parlamento que a rota Porto-Nova Iorque foi antecipada de agosto para julho, com as rotas para Milão e Zurique a serem reabertas em agosto. Já a rota para Amesterdão arranca em setembro.

O plano apresentado pela comissão executiva previa 27 ligações semanais a partir de junho e 247 a partir de julho, a maioria a partir de Lisboa, mas gerou muita muita polémica.

O primeiro-ministro veio a público no final de maio dizer que não fazia sentido estar a avançar com planos de retoma numa altura em que ainda não haviam datas para a reabertura de fronteiras ou de voos.

“Não tem credibilidade qualquer plano de rotas definido pela TAP, sem a prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras definida pela República Portuguesa”, disse António Costa a 27 de maio.

Também o Presidente da República disse nesse dia que “acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto”.

No próprio dia, o conselho de administração da TAP anunciou que iria “ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera”.

https://jornaleconomico.pt/noticias/chairman-da-tap-anuncia-mais-rotas-para-o-porto-e-diz-que-ficou-surpreendido-com-providencia-cautelar-604680

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