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TAP: Ventura considera aumento salarial na administração “insultuoso”

O candidato presidencial André Ventura classificou hoje de “vergonhoso” o anunciado aumento do salário de alguns administradores da TAP, considerando que se trata de “um insulto” aos portugueses.
30 Dezembro 2020, 10h00

Em Braga, durante uma arruada integrada na pré-campanha eleitoral, André Ventura, que é também o líder do Chega, disse ainda esperar que a decisão do aumento dos salários seja revertida.

“É um insulto a todos os portugueses, é um insulto a quem está a lutar para se manter à superfície, é um insulto aos funcionários da TAP”, afirmou.

O jornal Eco avançou na segunda-feira que três membros da administração da TAP viram os salários aumentados, com o aval do Governo, incluindo o presidente executivo e o presidente do Conselho de Administração.

Para André Ventura, o aumento salarial é “vergonhoso”, tendo em conta o “momento em que se preparam tanto cortes na TAP” e que a transportadora se apresenta “numa espécie de pré-falência”.

“É a maior hipocrisia do Governo, apresentar um plano de cortes na TAP, mas os gestores de topo são aumentados e os outros ficam a ver navios e alguns são despedidos”, acrescentou Ventura.

O candidato presidencial apoiado pelo Chega disse esperar que a decisão dos aumentos seja revertida, por considerar inadmissível que “quatro, cinco ou dez” vivam “principescamente”, com salários de “25 mil euros”, pagos “por todos os portugueses”.

“É preciso salvar a TAP mas não é a pagar salários milionários que se vai salvar a TAP”, rematou.

Hoje, Miguel Frasquilho anunciou que abdicou do acréscimo salarial de que usufruiu a partir da saída de Humberto Pedrosa, porque quer continuar a fazer parte das negociações sobre o futuro da companhia.

Em nota enviada à comunicação social, Frasquilho dá conta de que as mesmas condições remuneratórias do seu antecessor, Humberto Pedrosa, que renunciou aos cargos de administrador que desempenhava no Grupo TAP, passaram para si, “por força das presidências e das responsabilidades acrescidas” que assumiu.

“Não houve, assim, qualquer acréscimo de custos para a TAP por força da minha assunção destas funções”, garantiu Miguel Frasquilho.

O plano de reestruturação da TAP, entregue em Bruxelas este mês prevê a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, não seria possível fazer a reestruturação da TAP.

O documento entregue à Comissão Europeia prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.

O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.

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