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Taxa de emprego chegou aos 55% em 2018, um recorde em nove anos

O aumento do emprego foi mais acentuado relativamente às mulheres e não foi homogéneo entre os diferentes escalões etários, segundo um relatório do Centro de Relações Laborais.
  • Hugo Correia/Reuters
2 Julho 2019, 08h00

O emprego atingiu em 2018 o volume mais elevado dos últimos nove anos, com 4,63 milhões de pessoas empregadas, alcançando uma taxa de 55%, que superou a taxa de emprego da União Europeia, revela um relatório oficial.

De acordo com o relatório sobre emprego e formação, relativo a 2018, que o Centro de Relações Laborais (CRL) vai apresentar publicamente esta terça-feira, no último ano o emprego em Portugal englobou mais 105 mil indivíduos.

O aumento do emprego foi mais acentuado relativamente às mulheres e não foi homogéneo entre os diferentes escalões etários.

Verificou-se uma diminuição do emprego no escalão etário dos 35 aos 44 anos e uma variação positiva nos escalões mais jovens, dos 15 aos 24 anos (5%) e no grupo etário dos 55 aos 64 anos (6,4%).

No ano passado as qualificações da população empregada aumentaram, tendo a população empregada com o ensino secundário e superior crescido para cerca de 54% do total.

Segundo o relatório, a uma maior escolaridade corresponde, em média, uma taxa de emprego mais elevada, pois em 2018 a taxa de emprego dos indivíduos com o ensino básico era de 42,2%, a taxa de emprego dos indivíduos com o ensino secundário era de 68,7% e a taxa de emprego dos indivíduos com o ensino superior era 78,7%.

Entre 2017 e 2018 os contratados sem termo cresceram 2,8%, um pouco mais do que os contratados a termo que aumentaram 2,4%. No Continente, 78% dos 3.859,6 mil trabalhadores por conta de outrem tinham contratos sem termo, 18,3% tinham contratos a termo e 3,6% tinham outro tipo de contratos (sazonais, ocasionais e de prestação de serviços).

Em termos setoriais, a população empregada nos serviços (68,8% do total) cresceu 2,7%, um pouco mais que a população empregada na indústria, construção, energia e água (25,4% do total) que cresceu 2,6%.

O emprego na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca representava 5,8% do total, e registou um decréscimo de 3,7% face a 2017.

No setor dos serviços as áreas que mais cresceram foram a educação (mais 33,6 mil pessoas) a Administração Pública e Defesa, Segurança Social (mais 25,9 mil pessoas) e as atividades de saúde humana e apoio social (mais 11,9 mil pessoas).

Em 2018 estavam desempregados, no continente, 6,9% dos ativos, menos 1,9 pontos percentuais que em 2017. Esta diminuição permitiu a aproximação da taxa de desemprego à média europeia, tendência que se verifica desde 2013, sendo que, em 2018, a taxa em Portugal era apenas 0,1 pontos percentuais superior à média europeia.

Em 2018, no Continente, estavam desempregadas 343,5 mil pessoas, o que corresponde a um decréscimo de 21,6% (menos 94,5 mil) relativamente ao ano anterior. As mulheres representavam a maioria dos desempregados (52,6%).

No ano passado 41,7 mil pessoas (12,1%), estavam à procura do 1.º emprego e 87,9%, 301,6 mil pessoas, estavam à procura de novo emprego.

Os desempregados à procura de novo emprego que provinham do setor dos serviços eram 71,2% do total, os desempregados oriundos da indústria, construção, energia e água, constituíam 25,6% e os desempregados provenientes da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, 3,1%.

O número de desempregados de longa duração diminuiu 30,5% relativamente a 2017, passando para os 174 mil.

Citando informação dados do Instituto de Informática do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, o relatório do CRL refere ainda que em 2018 havia cerca de 160,6 mil beneficiários com processamento de prestações de desemprego, o que corresponde a uma redução de 6,3%.

Destes, 292 indivíduos beneficiavam de subsídio por cessação de atividade, ou seja, eram trabalhadores independentes.

O relatório dedica também um capítulo às remunerações e lembra que, em outubro de 2017, o ganho médio mensal, no continente, dos trabalhadores por conta de outrem que trabalhavam a tempo completo era de 1.133,34 euros, o que representa um aumento de 2,3% face a outubro de 2016, sendo este o maior aumento registado desde 2010.

Quanto ao valor da remuneração base média mensal para os mesmos trabalhadores, este era de 943 euros, tendo também aumentado 2%, relativamente ao mês homólogo.

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