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Tecnologia é chave para desenvolver o Algarve

Conferência promovida pelo Jornal Económiclo e pela Altice, em Faro, debateu papel da tecnologia no turismo, nos media e no desenvolvimento regional.
16 Junho 2019, 14h00

A inovação no setor do turismo, o contributo da Universidade do Algarve para o desenvolvimento da Região e os desafios dos media locais e regionais foram os temas fortes da primeira conferência do ciclo “Portugal Inteiro”, promovida pelo Jornal Económico e pela Altice no dia 27 de maio. O evento, que teve lugar no auditório da Universidade do Algarve, em Faro, contou com as participações do CEO da Altice, Alexandre Fonseca, bem como do reitor Paulo Águas e do autarca da capital algarvia, Rogério Bacalhau.

Na sua intervenção de abertura, Alexandre Fonseca reiterou o compromisso da operadora com a região do Algarve, disponibilizando tecnologias inovadoras às empresas, às entidades públicas e aos consumidores da região. E abordou ainda a situação que atravessa o setor da comunicação social, deixando críticas aos reguladores.

Por sua vez, o presidente da câmara de Faro defendeu que a cidade é um exemplo de como se alia inovação ao turismo. “Em Faro, a aplicação da inovação no setor do turismo é já uma realidade que se encontra em marcha com a implementação, para breve, de Wi-Fi público no centro histórico [da cidade], bem como a formação do portal turismo”, afirmou o autarca.

Para Rogério Bacalhau, o turismo é um setor de atividade preponderante na região algarvia, particularmente em Faro, “com uma perspetiva integrada e de desenvolvimento sociocultural”. É dessa forma que a inovação tecnológica no setor do turismo, para o autarca “tem imensas definições complexas”.
“A inovação no setor público tem imensas definições e complexas, mas em termos gerais refere-se ao processo de implementar novas abordagens para endereçar problemas antigos, com o objetivo de melhor servir munícipes e visitantes. Independentemente da abordagem, a inovação passa mais pela inclusão das pessoas e interação sobre os processos, do que simplesmente acrescentar mais tecnologia”, argumentou.

Rogério Bacalhau, discursando na Universidade do Algarve, aproveitou a ocasião para assinalar o contributo “incomensurável [da universidade] para o desenvolvimento da região”. “Se temos investigação e técnicos superiores à altura no Algarve, muito se deve à Universidade do Algarve e a toda a investigação que aqui se tem desenvolvido. Nenhum de nós conseguiria imaginar o Algarve sem a Universidade do Algarve”, sublinhou o autarca farense.

De seguida lançou o desafio:”Um dos objetivos é abrir cada vez mais a universidade à sociedade civil, às empresas e ao desenvolvimento do território. A aposta nas novas tecnologias do conhecimento é, aliás, um dos traços que caracterizam os tempos que vivemos neste território”.

Media regionais pedem mais investimento

Um dos painéis do encontro teve como tema o papel dos media para promoção do desenvolvimento local. Participaram os diretores de quatro órgãos de comunicação social algarvios: Elisabete Rodrigues (“Sul Informação”), Fúlvia Almeida (Rádio Universitária do Algarve), Nathalie Dias (“A Voz do Algarve”) e Bruno Filipe Pires (“Seminário Barlavento” – Open Media).

Nesta conversa, os jornalistas identificaram os grandes desafios que se colocam ao setor, a começar pela falta de investimento público e privado em publicidade na comunicação social local. Questionados sobre a eventual necessidade de mais apoios do Estado à comunicação social regional, por exemplo reforçando a comparticipação no chamado porte pago do envio de jornais pelo correio, o painel de jornalistas não encontrou um consenso. Nathalie Dias e Bruno Pires viram esta possibilidade com bons olhos, ao passo que Elisabete Rodrigues alertou para a necessidade de os projetos jornalísticos serem sustentáveis e de se afirmarem pelo mérito, considerando que existe o risco de os apoios públicos minarem a livre concorrência. Onde houve consenso por parte dos quatro diretores foi na defesa da independência e da isenção como pilares essenciais para a afirmação do jornalismo regional. Fúlvia Almeida frisou que esta independência é possível mesmo quando os meios dependem de apoios públicos.

Artigo originalmente publicado na edição do Jornal Económico nº 1991 de 31 de maio de 2019

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