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Telemóvel desdobrável e capaz de partilhar bateria. Afinal, o que lançou a Samsung?

O evento “Unpacked” mostrou ao mundo o já esperado Galaxy S10, um novo leque de relógios e fones inteligentes e o ‘rei da festa’: o Fold. “É a melhor das melhores tecnologias”, diz a empresa sul-coreana.
21 Fevereiro 2019, 07h44

Hold your breath, make a wish, count to three. Come with me and you’ll be in a world of pure imagination”. Assim cantava Willy Wonka quando as crianças chegaram à sua fábrica de chocolate, no filme realizado por Mel Stuart em 1971. Quase meio século depois, a Samsung utilizou a mesma banda sonora para dar início ao seu evento “Unpacked”, o dia em que ‘desembrulha’ os seus próprios ‘doces’. Não se pode dizer que os olhos da assistência tivessem brilhado tanto como quando Charlie Bucket recebeu um golden ticket, mas indiferentes não ficaram, uma vez que a tecnológica sul-coreana aproveitou o ‘palco’ de São Francisco e de Londres para mostrar o seu primeiro telemóvel desdobrável.

À primeira vista, assemelha-se a um smartphone normal – apenas com a lateral mais larga –, e só depois com mais atenção se percebe que foi como se tivessem colado um telemóvel em cima de outro. Os jornalistas presentes no evento (a decorrer em simultâneo em Londres e em em São Francisco) não tiveram oportunidade de tocar no ‘rei da festa’, mas puderam aperceber-se de que, quando se abre ao meio, transforma-se num tablet uniforme, sem um único corte de ecrã. “É um poderoso smartphone e um tablet revolucionário. Tudo no mesmo dispositivo”, começou por dizer Justin Denison, vice-presidente da área Mobile da Samsung, encarregue de apresentar o novo produto.

O smartphone não um filme de animação, pois chega à Europa já no próximo dia 3 de maio com um custo de 2.000 dólares. Porém, por enquanto, não estará disponível em Portugal. Movido a energia de duas baterias e composto por seis câamaras, 12GB de RAM e um sistema que permite a flexibilidade sem comprometer a estética, assim que o utilizador duplica o ecrã pode estar em diversas aplicações ao mesmo tempo (fazer chamadas, navegar nas redes sociais, etc). O facto de conseguir expandir as apps – algo que fez Justin Denison apelidar a novidade de “livro eletrónico” –, foi das características que gerou mais entusiasmo na plateia que estava em Terras de Sua Magestade. “É algo que nunca viram antes (…). Este dispositivo vai definir o que vem a seguir. Nós fazemos o que não pode ser feito”, referiu o responsável da empresa de telecomunicações com sede em Seul.

Uma década depois de lançar o primeiro Galaxy de sempre, a multinacional acredita que “mudou a forma do amanhã”. Para o CEO da Samsung Electronics, o Galaxy S10 tem um “ecrã mais bonito” e inteligência para fazer mais e rapidez para ir mais longe”. Apesar destes lançamentos, DJ Koh ainda aproveitou para deixar o aviso: “Para aqueles que pensam que já viram tudo: apertem os cintos, porque o futuro está prestes a começar”.

À parte o tão falado Galaxy Fold, a empresa lançou a já esperada gama Galaxy S10, que comtempla o S10, o S10e e o S10+. “Hoje é um especial para a Galaxy e para a Samsung. Este é o produto de 10 anos de inovação que todos esperavam”, sintetizou Hadrian Baumann, presidente da Samsung Reino Unido e Irlanda.

A Rebecca Hirst coube apresentar outro elemento fundamental nos telemóveis do século XXI (sobretudo para os millennials): a imagem. Segundo a diretora de lançamentos da Samsung, as câmaras do S10 permitem tirar fotografias como um profissional, uma vez que as lentes capturam ao ângulo do olhar humano e identificam até 30 cenas diferentes. Através de machine learning, ensina truques de fotografia se for necessário. O aparelho permite ainda gravar vídeo em HDR10+ [o formato de qualidade de imagem que hoje está disponível em televisões inteligentes] e conta com um software de edição fruto de uma parceria com a Adobe [Adobe Premiere Rush for Samsung]. “É uma câmara que cabe no bolso. É um supercomputador no bolso”, realçou.

Em termos de poupança de energia, à semelhança do S8 e do S9, por exemplo, identifica as aplicações menos importantes e otimiza a CPU consoante essas preferências. Contudo, este telemóvel carrega a bateria 36% mais rápido do que os anteriores e disponibiliza a funcionalidade de «wireless poweshare» [partilha de bateria sem fios]. Se dois amigos/conhecidos tiverem o S10, ligam essa ferramenta e colocam os dois aparelhos em cima um do outro (como naqueles jantares em que alguém diz que não se pode usar o telemóvel e se forma uma pilha de tecnologia no centro da mesa).

Na película dos anos 70, os visitantes da fábrica de chocolate aprenderam que o dinheiro não é o mais importante, mas neste caso, a analogia já não faz assim tanto sentido como fez no arranque do espetáculo. É que para ter um dos três aparelhos da linha S10 na mala ou no bolso não bastará chegará um ou um coração humilde: terá de pagar, pelo menos, 929,90 euros (S10) de 1029,90 euros (S10+) ou 779,90 euros (S10e). Os equipamentos estarão em loja no Dia da Mulher (8 de março), sendo que as pré-vendas começaram esta quarta-feira. Os primeiros clientes podem receber um par de Galaxy Buds (cujo preço é 149,90 euros). As cores disponíveis são: branco prisma, preto prisma, verde prima, e amarelo néon.

Que wearables (“tecnologia que se veste”) foram apresentados? 

  • Relógio “Galaxy Watch Active”

Com funcionalidades emelhantes às do Galaxy Watch, o Galaxy Watch Active tem um novo design desportivo, mais fino e leve. Permite: a medição da pressão arterial, a gestão do stress com um medidor próprio, a definição do exercício físico que o utilizador está a fazer, o controlo por voz (por via do sistema de assistente pessoal Bixby)

  • Pulseiras “Galaxy Fit”

Têm 10 dias de duração da bateria, suportam 5 metros de profundidade na água e permitem selecionar entre mais de 90 atividades na aplicação Samsung Health do smartphone, monitorizando os exercícios do utilizador. Além disso, são capazes de receber alertas e mensagens ou aceder a informação dos widgets sincronizados (alarme, calendário, etc.).

  • Auscultadores “Galaxy Buds”

Trata-se de fones sem fios que se destinam a quem procura uma experiência conectada e ininterrupta, mesmo em andamento. Graças à tecnologia AKG e ao microfone duplo adaptado, a audição de músicas ou chamadas telefónicas está ‘limpa’. Permitem até seis horas de transmissão por Bluetooth e até cerca de cinco horas de chamadas. O carregamento é de 15 minutos em média.

*A jornalista viajou até Londres a convite da Samsung

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