Em resposta à carta enviada no mês passado, Recep Tayyip Erdogan enviou a Donald Trump uma nota que o avisava de duas coisas: para não ser um “tolo” e para ter atenção ao “diabo” na Síria.
Durante uma visita à Casa Branca, esta quarta-feira, o presidente turco foi questionado sobre o porquê de ter ignorado a carta do homologo norte-americano, enviada a 9 de outubro, que o incitava a fazer um acordo com as forças curdas no norte da Síria, em vez de invadir. “Esta carta foi reapresentada ao presidente esta tarde”, explicou Erdogan aos jornalistas, conta o Business Insider, esta quinta-feira.
A carta em causa foi enviada para a Turquia para contrariar a acusação de que os EUA deram luz verde aos turcos para entrar na Síria. Segundo os críticos do Presidente Trump, incluindo no Partido Republicano, foi a sua decisão de retirar as tropas norte-americanas da fronteira entre a Síria e a Turquia que permitiu o avanço do Exército turco.
Na carta, Trump usa uma linguagem que os seus opositores no Partido Democrata dizem estar “ao nível da escola primária”, com ameaças e pontos de exclamação.
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Segundo o director da “BBC” no Médio Oriente, Jeremy Bowen, num relato repetido por outras agências internacionais, o presidente turco atirou a carta para o caixote do lixo. Esta informação partiu da equipa de Erdogan – e é, no mínimo, uma tentativa da presidência turca de humilhar a Casa Branca.
Porém as tensões parecem-se ter dissipado. Donald Trump, elogiou, esta quarta-feira, o seu relacionamento com o homólogo turco. Os dois líderes encontraram-se para tentar superar várias diferenças, incluindo a situação na Síria e a compra por Ancara de um sistema russo de defesa antimísseis.
“Somos amigos há muito tempo, quase desde o primeiro dia. Entendemos o país um do outro. Entendemos de onde viemos”, disse Trump a Erdogan, ambos sentados na Sala Oval. “Eles são altamente respeitados no seu país e na região”, acrescentou, citado pela Al Jazeera, referindo-se a Erdogan e à sua mulher, Emine.
Posteriormente, numa conferência de imprensa conjunta, Trump revelou que ambos tiveram uma “reunião maravilhosa e produtiva”, acrescentando esperar que os dois países, aliados na NATO, possam resolver as suas diferenças.
Um desses desafios remete para a compra pela Turquia do sistema de defesa russo S-400, o que levou Washington a retirar Ancara do programa de caças F-35. A Turquia desvalorizou a ameaça de sanções dos EUA e começou a receber as entregas do sistema russo em julho, sem que, até à data, Washington tenha imposto quaisquer sanções.
“A aquisição pela Turquia de sofisticado equipamento militar russo, como o S-400, cria-nos alguns desafios muito sérios e falamos constantemente sobre o assunto. Falámos disso hoje, falaremos no futuro e espero que sejamos capazes de resolver essa situação”, acrescentou Trump.
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