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Terroristas de Barcelona ter-se-ão “ocidentalizado” para passarem despercebidos às autoridades

Os doze jovens jihadistas envolvidos nos ataques em Barcelona faziam parte da seita Takfir Wal Hijra, um dos movimentos mais radicais e violentos do Islão e é conhecido na União Europeia pela “invisibilidade” dos seus membros.
  • A still image from video shows a police cordon on a street in Barcelona, Spain following a van crash August 17, 2017. REUTERS TV via REUTERS – RTS1C6XJ
25 Agosto 2017, 11h57

Os doze jovens jihadistas responsáveis pelo duplo atentado perpetrado na Catalunha na semana passada foram radicalizados pela seita Takfir Wal Hijra, a corrente “mais clandestina e secreta do salafismo”, chamada de “o clube do ódio”. Os terroristas terão conseguido escapar à vigilância policial e não terão despertado quaisquer suspeitas enquanto planeavam os ataques, tendo evitado ao máximo a utilização das novas tecnologias, que poderiam comprometer a sua atividade.

Segundo informação avançada pelo jornal espanhol ‘El País”, a seita Takfir Wal Hijra é um dos movimentos mais radicais e violentos do Islão e é conhecida na União Europeia pela “invisibilidade” dos seus membros. Com a máxima “o pecado em favor da jihad”, os jihadistas membros da seita quebram regras consideradas sagradas entre os muçulmanos para afastar as atenções das autoridades.

Os takfires usam roupas ocidentais, sapatos desportivos, bebem álcool, consumem drogras, comem carne de porco, saem com mulheres ocidentais e ouvem música e programas de televisão ocidentais. Em suma, comportam-se como se fossem membros integrados no país e que absorveram os seus costumes e identidade.

“Isso explica porque é que nem o Imã Abdelbaki Es Satty [alegado cérebro por detrás dos atentados na Catalunha, que foi morto na explosão em Alcanar] nem nenhum dos doze membros da célula revelaram qualquer sinal de radicalismo. Eles mantiveram os seus costumes sem atrair a atenção de ninguém”, afirma ao jornal fonte oficial da polícia catalã.

Mohamed Houli Chemlal e Driss Oukabir, dois dos quatro detidos pelas autoridades espanholas por alegado envolvimento nos ataques, vão ficar em prisão preventiva. Apesar de a Procuradoria-Geral espanhola ter pedido pena de prisão para os quatro, o juiz da Audiência Nacional decidiu que Mohamed Aalla e Sahl El Karib ficam em liberdade condicional.

Quinze pessoas morreram na sequência dos dois ataques terroristas na região da Catalunha: em Barcelona, na quinta-feira, dia 17, e em Cambrils, na madrugada de sexta-feira, dia 18. Três horas antes do atentado em Cambrils, os suspeitos terão comprado facas e um machado e Mohamed Houli Chemlal confessou que a ideia inicial era atacar a Basílica da Sagrada Família e perpetrar um ataque de maiores dimensões no país.

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