Portugal regressa esta quarta-feira ao mercado de dívida pública, com um leilão duplo de Obrigações do Tesouro (OT) de longo e de muito longo prazos. As emissões incluem-se na estratégia do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública de alongar os prazos de reembolsos e poderá beneficiar de uma nova redução nos juros.
“Desde setembro de 2017, o percurso da dívida portuguesa até agora foi de descida de taxas, assistindo-se a uma estabilização desde dezembro até agora”, explicou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.
O montante indicativo global da emissão, que vai acontecer por volta das 10h30, é entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros. O leilão duplo é de OT com maturidade em 17 de outubro de 2028 e 15 de fevereiro de 2045.
Na maturidade mais longa, a 27 anos, a última emissão da mesma linha foi em julho de 2017, quando o Tesouro colocou 315 milhões de euros, com um bid-to-cover ratio de 2,15 e uma taxa de colocação de 3,977%.
“Na emissão prevista para esta semana, essa taxa não deverá andar muito longe dos 2,8%, tal como nos indica o mercado secundário”, disse Silva, acrescentando que “a dívida portuguesa teve sempre bastante procura, esse nunca foi um problema”.
A última vez que o IGCP leiloou dívida a 10 anos foi a 14 de fevereiro. Nessa altura, o Tesouro emitiu 760 milhões de euros, tendo pago uma taxa de colocação de 2,046%. A procura superou a oferta em 2,08%. No mercado secundário, as yields da dívida portuguesa a 10 anos negociavam esta terça-feira nos 1,80%.
O leilão ocorre dois dias antes de a Standard & Poor’s divulgar um relatório sobre a avaliação à notação soberana de Portugal. A agência foi a primeira das três principais a retirar Portugal do patamar de ‘lixo’, promovendo o rating a grau de investimento, de BB+ para BBB- e uma perspetiva estável.
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