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Tesouro coloca 1.750 milhões de dívida de curto prazo às taxas mais negativas de sempre

Esta foi a primeira emissão de dívida de curto prazo deste ano, depois de o IGCP ter colocado, através de venda sindicada, quatro mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro a 10 anos, na semana passada.
  • D.R.
17 Janeiro 2018, 11h03

Portugal colocou esta quarta-feira 1.750 milhões de euros em dívida de curto prazo, com taxas de juro negativas, num novo mínimo de sempre. Num leilão duplo de Bilhetes do Tesouro, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o IGCP, emitiu o montante máximo indicativo, numa altura de maior forte interesse dos investidores pela dívida nacional.

“Mais uma vez, Portugal conseguiu colocar o montante pretendido com nova descida de taxas, que marcam um novo mínimo de sempre. Nunca tínhamos conseguido emitir dívida de curto prazo com taxas tão negativas”, explicou o diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva.

Nos BT com maturidade a 20 de julho de 2018 (seis meses), o Tesouro emitiu 500 milhões de euros, com uma taxa de colocação negativa de 0,425%. O valor compara compara com os -0,4% conseguidos no último leilão de dívida com o mesmo prazo, a 15 de novembro.

A procura superou a oferta em 2,19 vezes, ligeiramente abaixo das 2,91 vezes em novembro.

Na maturidade mais longa, a 18 janeiro de 2019 (12 meses), o IGCP colocou 1.250 milhões de euros, sendo que a taxa de colocação foi negativa de 0,398%. No último leilão comparável, tinha sido de -0,349%.

A procura superou a ferta em 1,7 vezes, face às anteriores 2,1 vezes.

“É uma excelente notícia, porque isso significa redução dos custos de financiamento do país. Em 2017 já tínhamos conseguido “rolar” a dívida de curto prazo sempre com taxas mais baixas (isto é, substituir dívida antiga por dívida nova com juros mais baixos) e esta foi mais uma emissão em que isso sucedeu”, afirmou o diretor da gestão de ativos.

“Beneficiamos de toda a conjuntura favorável que temos tido nos últimos meses, desde a subida nos ratings até à aproximação das taxas portuguesas às dos outros países europeus, a chamada ‘redução no spread’“, acrescentou.

Esta foi a primeira emissão de dívida de curto prazo deste ano, depois de o IGCP ter colocado, através de venda sindicada, 4.000 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos, na semana passada.

O programa de financiamento do IGCP prevê que a emissão, ao longo de 2018, de 15 mil milhões de euros em OT, o instrumento mais importante. Quanto aos BT, o IGCP prevê que o financiamento líquido resultante destas emissões tenha impacto nulo. De acordo com o programa de financiamento do IGCP, as necessidades de financiamento líquidas do Estado são de 10,9 mil milhões de euros este ano, contra 12,5 mil milhões em 2017.

[Notícia atualizada às 11h50 com comentário]

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