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Tesouro português paga mais 0,2 pontos para colocar dívida a 5 e a 10 anos

Nas OT a cinco anos, o Tesouro emitiu 412 milhões de euros e pagou uma taxa de juro de 0,746%. Nas OT a 10 anos, o Tesouro colocou 588 milhões de euros, pagando uma taxa de juro de 1,919%,
  • Cristina Bernardo
13 Junho 2018, 11h07

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública pagou mais 0,2 pontos percentuais no leilão duplo de Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e 10 anos realizado esta quarta-feira, face ao leilão que teve lugar a 9 de maio, para colocar 1.000 milhões de euros de dívida. Esta foi a primeira emissão feita após o período de turbulência gerado pela situação política em Itália.

Nas OT a cinco anos, com maturidade a outubro de 2023, Portugal emitiu 412 milhões de euros e pagou uma taxa de juro de 0,746%, que está 0,217 pontos percentuais acima da taxa paga na emissão de maio. A procura superou em 2,7 vezes a oferta.

Nas OT a 10 anos, o Tesouro colocou 588 milhões de euros, pagando uma taxa de juro de 1,919%, valor que supera em 0,249 pontos percentuais a taxa paga em maio. A procura superou em 2,28 vezes a oferta.

Os analistas tinham já antecipado um aumento das taxas a pagar por Portugal para colocar dívida. “O leilão deverá correr sem problemas, mas Portugal vai ter de pagar mais, porque a situação em Itália acabou por alargar um pouco os spreads e os prémios de risco da periferia da zona euro, quer seja para Portugal, para Espanha ou Grécia. Por isso o que vai acontecer é que vamos pagar taxas ligeiramente superiores às dos leilões recentes,” afirmou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, antes da operação.

No leilão a 9 de maio, o IGCP pagou uma taxa de colocação de 0,529% na maturidade mais longa e de 1,67% no prazo mais longo. No mercado secundário, a yield da dívida benchmark portuguesa, ou seja, a 10 anos, nessa altura negociava ligeiramente acima dos 1,70%.

Nas últimas semanas essa taxa tem subido, principalmente devido à incerteza política em Itália e à formação de um Governo de coligação entre o movimento “anti-sistema” 5 Estrelas e o partido de extrema-direita Liga. Esta terça-feira, a yield da dívida portuguesa a 10 anos fechou nos 1,99%, tendo chegado a tocar nos 2,19% a 29 de maio.

A juntar-se a esta tensão, está ainda a expectativa dos investidores quanto à próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, 14 de junho.

O BCE deverá deixar as taxas de juro inalteradas na próxima reunião de política monetária, mas já anunciou que esta é a semana em que irá discutir o fim do programa de compra de ativos.

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