Portugal regressa esta quarta-feira aos leilões de dívida pública numa altura de confiança reforçada dos investidores no país e baixos juros das obrigações. No entanto, as yields das obrigações benchmark tocaram esta terça-feira máximos de outubro de 2017.
O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública realiza, por volta das 10h30, um leilão duplo de dívida a cinco e a 10 anos, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros. O primeiro leilão de dívida de longo prazo de 2018 é de Obrigações do Tesouro (OT) com maturidades em 17 de outubro de 2022 e 17 de outubro de 2028.
Apesar do cenário favorável para o leilão, os juros da dívida a 10 anos atingiram, esta terça-feira em mercado secundário, os 2,14%, o valor mais elevado em quatro meses.
Portugal foi arrastado pela tendência de subida generalizada das yields das dívidas soberanas da zona euro nas últimas duas semanas. Além disso, a subida da taxa da divida soberana benchmark portuguesa esta terça-feira é também um movimento natural que antecede os leilões, já que os investidores preparam as carteiras, descartando os ativos cuja maturidade avançou e já não corresponde aos 10 anos da altura da emissão para comprarem novos ativos, ou seja, vendem no secundário para comprarem no primário.
Este é o primeiro leilão de OT, mas não a primeira emissão este ano já que o Tesouro realizou uma venda sindicada de obrigações a dez anos. A 10 de janeiro, o IGCP colocou quatro mil milhões de euros, com uma taxa de 2,05% e uma procura de mais de 18,85 mil milhões de euros.
Quanto ao prazo mais curto, o último leilão da mesma linha – OT com maturidade a 17 de outubro de 2022 – aconteceu a 10 de outubro de 2017. Na altura, o IGCP emitiu 500 milhões de euros com uma taxa de colocação de 0,916% e uma procura 2,65 vezes acima da oferta.
Em janeiro, o Tesouro emitiu logo 20% do valor esperado em obrigações para este ano. O programa de financiamento prevê que o Tesouro procure 15 mil milhões de euros em OT, o instrumento mais importante, sendo que as necessidades de financiamento líquidas do Estado são de 10,9 mil milhões de euros este ano, contra 12,5 mil milhões em 2017.
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