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The Guardian Media Group coloca 100 funcionários em ‘lay off’

O grupo reviu em baixa as perspetivas para o ano considera que as receitas podem cair, só nos primeiros seis meses do ano em curso, cerca de 23 milhões de euros.
15 Abril 2020, 18h52

O grupo que controla as publicações ‘The Guardian’ e ‘The Observer’ anunciou planos de conceder licenças (o equivalente ao ‘lay off) a cerca de 100 funcionários não editoriais, num esforço para reduzir os custos e como resposta à queda de receita em todo o setor por causa da pandemia de coronavírus. As receitas projetadas para o Guardian Media Group para os primeiros seis meses do exercício financeiro caíram pelo menos 20 milhões de libras (cerca de 22,9 milhões de euros)

Embora a cobertura noticiosa do Covid-19 tenha levado um número recorde de leitores ao site do ‘The Guardian’, a desaceleração económica causou um colapso no mercado de publicidade, refere o grupo – indo ao encontro do que se verifica um pouco por todo o lado e nomeadamente em Portugal.

Annette Thomas, a recém-nomeada CEO do Guardian Media Group, disse às suas equipas esta quarta-feira que a empresa esta a a registar aumentos recorde em assinaturas digitais e contribuições online dos leitores, com o site a registar visitas de 366 milhões em março, segundo dados internos não auditados, com os leitores a chegarem aos 2,17 mil milhões de visualizações de páginas no mesmo mês.

No entanto, as projeções de receita apenas para os primeiros seis meses do exercício caíram pelo menos 20 milhões de libras – cerca de 10% da receita anual do Guardian News and Media. Como resultado, a empresa introduziu uma série de medidas, incluindo o adiamento de aumentos salariais para todos os funcionários no Reino Unido e a redução dos salários para a equipa administrativa – incluindo Thomas e Katharine Viner, editora-chefe – em 20% nos próximos seis meses.

Por outro lado, as cerca de 100 pessoas em departamentos não editoriais serão colocadas no sistema de garantia de emprego do governo, mas os salários ainda da responsabilidade do próprio grupo.

A maioria dos grandes editores britânicos da comunicação social já teve que reduzir os níveis de pessoal ou ajustar os salários, já que o setor enfrenta uma crise sem precedentes que pode colocar algumas empresas em risco. Um porta-voz do ‘The Guardian’, citado pelo próprio jornal, disse que o impacto da pandemia significava que a empresa está a enfrentar “enormes desafios financeiros” e “continua a analisar oportunidades para obter mais cortes de custos”.

“Com o tráfego digital recorde e o envolvimento dos leitores, impulsionando níveis recordes de assinaturas digitais e de suporte ao leitor nas últimas seis semanas, o ‘The Guardian’ é uma marca forte e confiável. Embora estejamos bem posicionados para enfrentar as dificuldades graças à estratégia implementada nos últimos quatro anos, é claro que precisaremos de nos adaptar”.

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